Angola e Portugal iniciam contactos para honrar soldados portugueses mortos na guerra colonial

Guerra colonial
O português Carlos Rosa chegou a Angola em 2009, para trabalhar numa construtora, mas os últimos seis anos foram também passados a seguir o rasto de ex-militares cujos restos mortais nunca chegaram a ser recuperados pelas famílias, em Portugal. Foto: Impala

Os governos angolano e português iniciaram, esta segunda-feira, contactos para honrar os soldados portugueses que morreram em território angolano durante a guerra colonial e que “não foram devidamente reconhecidos”, informou o ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho.

O governante português, que se encontra em Luanda para uma visita de três dias, no âmbito da sua participação na 19.ª reunião de ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi ontem recebido pelo ministro angolano dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto “Liberdade”.

Reportagem de Arquivo

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À saída do encontro, João Gomes Cravinho referiu que não há ideia do número de soldados portugueses tombados em Angola, salientando que o objetivo “não é o de distinguir entre portugueses e angolanos”, mas, sim, “honrar aqueles que morreram no cumprimento dos seus deveres”.

“Temos aqui em Angola seguramente muitos soldados portugueses do período da guerra colonial e até de períodos mais antigos em que não foram devidamente reconhecidos”, disse João Cravinho.

Segundo o ministro, é uma responsabilidade de Portugal reconhecer aqueles que morreram no cumprimento dos seus deveres e, nesse sentido, agradeceu a abertura do Governo angolano “para acolher o interesse português em dignificar os cemitérios onde se encontram enterrados esses mortos”.

“Vai agora começar esse trabalho e ao longo dos próximos tempos. Já em junho virá uma equipa da Liga dos Combatentes, para começar a fazer o levantamento e organizar um plano, e ao longo dos próximos anos iremos fazer esse trabalho de dignificação dos cemitérios”, frisou.

Por sua vez, o ministro angolano dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria declarou que este primeiro contacto entre os dois governos vai permitir que Angola possa receber a delegação portuguesa que virá para se iniciar a identificação das campas onde repousam os restos mortais de soldados portugueses tombados em Angola durante a guerra colonial.

 
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