O grupo ambientalista GEOTA inicia hoje uma campanha na Internet, na qual se propõe “mobilizar a opinião pública” para “pressionar o Governo” a cancelar a construção da barragem de Fridão, na zona de Amarante.
“Lançada a 14 de março, Dia Internacional de Ação Pelos Rios e Contra Barragens, [esta campanha] pretende pressionar o Governo a cancelar o Aproveitamento Hidroelétrico de Fridão, pelo perigo que representa para a população de Amarante, pelos custos que acrescerá à fatura da eletricidade e pelos impactes sociais, ambientais e económicos na região”, pode ler-se num comunicado enviado à Lusa.
A campanha intitula-se “#frinão, Barragem de Fridão, Não!”, assentará sobretudo nas redes sociais e os seus promotores esperam “mobilizar a opinião pública nacional, mas também os decisores políticos, para a necessidade de impedir a construção do empreendimento, cuja construção se encontra suspensa para reavaliação até 18 de abril”.
Além de uma petição na Internet, explica Ana Brazão, coordenadora do projeto Rios Livres, citada no comunicado, as pessoas são convidadas “a desafiar por email o primeiro-ministro a subscrever uma declaração de responsabilização pessoal pelas potenciais consequências catastróficas do colapso da barragem que, a ser construída, se situará numa zona de suscetibilidade sísmica e a cerca de seis quilómetros da cidade de Amarante, no distrito do Porto”.
Na página online de acesso à petição, “serão partilhados vídeos de figuras públicas que dão voz à causa”, nomeadamente o ator Manuel Moreira e a atriz Cecília Henriques.
As cantoras Mariana Norton e Joana Espadinha e o cartoonista Hugo Van Der Ding também apoiam esta posição do GEOTA.
Recentemente, o Bloco de Esquerda apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo o cancelamento da construção daquela barragem, alegando questões ambientais e de segurança.
A barragem de Fridão, no rio Tâmega, consta há vários anos do Plano Nacional de Barragens, mas uma decisão definitiva sobre a construção daquele empreendimento hidroelétrico, que afeta vários concelhos (Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto), tem sido sucessivamente adiada, num processo com avanços e recuos ao longo dos anos.
A infraestrutura foi concessionada à EDP e integra desde 2008 o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), num investimento estimado de 304 milhões de euros.
No início da atual legislatura, o Governo decidiu suspender a construção, para proceder à sua reavaliação, período que termina a 18 de abril.
Recentemente, o ministro do Ambiente disse à Lusa que o anúncio da decisão sobre Fridão terá em conta aquela data.