O homem que entre a madrugada e o início da manhã desta terça-feira se barricou com a família, em Amares, sempre munido de uma faca, ficou internado na Unidade de Psiquiatria do Hospital Central de Braga, continuando por decidir se será apresentado ao juiz de instrução criminal ou submetido a tratamento, sendo esta última a hipótese mais provável.
Segundo apurou O MINHO, a situação está a ser equacionada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Ministério Público da Comarca de Braga, ficando as investigações a cargo da equipa da PJ que investiga os crimes de sequestro, Secção Regional de Combate a Terrorismo e Banditismo da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, no Porto.
A esposa e as filhas do casal, de dez e dois anos de idade, foram libertadas pela GNR de Amares, depois de uma psicóloga do INEM oriunda do Porto ter convencido o locatário a entregar-se às autoridades policiais, na sequência de recusa inicial nesse sentido, uma situação que demorou cerca de duas horas e meia, na freguesia de Figueiredo, do concelho de Amares.
O papel da psicóloga do INEM, enquadrada por operacionais da Cruz Vermelha de Amares, enquanto unidade de reserva do INEM, foi determinante para o desfecho pacífico daquilo que se afigurava já como um típico incidente tático-policial, com a GNR de Amares e de Braga a aguardarem reforços, de Penafiel e de Lisboa, mas que não chegaram a ser precisos.
Ao início da manhã, militares do Destacamento de Intervenção da GNR de Braga cercaram a zona envolvente da Bouça da Cachadinha, criando um cordão de segurança centrado junto da Capela de Nossa Senhora do Emigrante, envolvendo as operações outros agentes, do Destacamento Territorial da GNR da Póvoa de Lanhoso e do Posto Territorial de Amares.
O homem (A.), com 40 anos, carpinteiro numa serração, a poucas dezenas de metros de casa, é uma pessoa muito estimada na vizinhança da localidade de Transfontão, na freguesia de Figueiredo e concelho de Amares, perto da Praia Fluvial de Barquinho, junto da margem direita do rio Cávado, tendo problemas de esquizofrenia, que se agravaram.
Nas últimas semanas, A. terá começado a denotar dificuldades em gerir as suas emoções e encontrava-se de baixa médica, tendo no passado domingo uma recaída, passando a recear ser “atacado” por vizinhos e estranhos, daí ter fechado as portadas da moradia e com uma faca na mão proibido a mulher e as filhas menores de saírem da residência familiar.
Depois das intervenções do INEM, da Cruz Vermelha de Amares e da GNR, as crianças saíram com um tio, uma ao colo e a outra ao lado daquele familiar, finda uma situação tensa.
A esposa do suspeito saiu numa das viaturas da Polícia Judiciária, vinda expressamente do Porto, enquanto peritos da Cena de Crime da Diretoria do Norte da PJ recolheram vários vestígios, estando por apurar se A. continuará em internamento psiquiátrico, sabendo-se que será sujeito a peritagens médico-legais, para aferir do grau de imputabilidade.