A Câmara de Amares aprovou hoje o orçamento de 16,8 milhões de euros e o Plano Plurianual de Investimentos para 2021, documentos “ambiciosos e competitivos” para a maioria, mas que “não respondem aos problemas” do concelho, segundo a oposição.
Os documentos, discutidos e aprovados hoje na reunião do executivo, foram aprovados pela maioria PSD/CDS-PP, contando com o voto contra do PS e a abstenção do Movimento Amares Independente e Solidário (MAIS), sendo que ainda terá de ser votado em sede de Assembleia Municipal.
Os documentos preveem receitas correntes de 78% das verbas (cerca de 13,1 milhões de euros) e receitas de capital correspondentes a 22% (cerca de 3,7 milhões de euros).
A despesa de capital prevista é de 6,7 milhões de euros (40%) do valor total orçamentado, e inclui as transferências para as juntas de freguesia (670 mil euros) e subsídios ao investimento a instituições num valor superior a 225 mil euros.
Quanto às despesas correntes, estas correspondem a 60% dos gastos inscritos naqueles documentos, incluindo os custos com pessoal, aquisição de bens e serviços, transferências correntes e subsídios para as juntas de freguesia e associações.
Amares “é um concelho ambicioso e competitivo. Em 2021, para além dos projetos com apoio de fundos comunitários e das obras nas freguesias, vamos iniciar, de acordo com o compromisso que assumimos com os amarenses, uma intervenção importantíssima no sistema de abastecimento de água a: Interligação dos Depósitos da Senhora da Paz ao Depósito da Torre. Esta intervenção permitirá resolver muitos dos problemas existentes no abastecimento de água às nossas famílias e comércio, particularmente nos meses de Verão”, defendeu o presidente da autarquia, Manuel Moreira.
No entanto, para o vereador do PS no executivo, Pedro Costa, “as opções apresentadas não têm rasgo e não respondem aos problemas estruturais do concelho, como o abastecimento de água e a questão do lixo”.
“Este é um plano claramente eleitoralista e que tem uma preocupante subida da dívida, com um grande peso para a despesa com pessoal, cerca de 5,4 milhões de euros em 16 milhões, e um investimento residual”, referiu à Lusa o socialista.
Para o vereador do MAIS, Emanuel Magalhães, “o tempo para consultar os documentos foi pouco”, justificando assim a abstenção.
“Gostaria de ter mais tempo para analisar um documento tão importante como este. No entanto, preocupa-me a despesa com o pessoal elevada e a despesa corrente em geral. Devemos acautelar um controlo rigoroso e apertado da despesa”, salientou à Lusa.
A autarquia prevê estarem garantidos fundos comunitários superiores a 1,4 milhões de euros e para os projetos da Loja da Abadia, Reabilitação do Parque da Feira Semanal, Núcleo Interpretativo do Mosteiro de Bouro, Santa Maria, Pepal, Ampliação da Escola Básica 2,3, entre outros.
Nas Grandes Opções do Plano, estão direcionadas para as Funções Sociais 46% do investimento (mais de 3,1 milhões de euros), nomeadamente para Habitação e Serviços Coletivos onde se inclui cerca de um milhão de euros para o Ordenamento do Território, 320 mil euros para o abastecimento de água e mais de 1,8 milhões de euros para a cultura.
As funções económicas absorvem mais de 1,8 milhões de euros, que serão canalizadas para estradas e caminhos municipais.