Os “bólides” pesam pouco mais de 50 gramas e cumprem 25 metros num segundo, sendo “ao volante” deles que 22 equipas de estudantes de todo o país vão disputar um lugar no “campeonato do mundo” de Fórmula 1 em miniatura.
Além de “pilotos”, os alunos assumem-se também como mentores e construtores das suas próprias “máquinas”.
Trata-se do projeto “F1 in Schools”, cuja final nacional vai decorrer na segunda e terça-feira, em Vila Nova de Famalicão.
Os vencedores carimbam o passaporte para a final mundial, marcada para Singapura, entre 13 e 16 de setembro, coincidindo com a data da realização do Grande Prémio de Fórmula 1 naquele país.
Rui, Alexandre, Pedro e Paulo são alunos da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, de Joane, Famalicão, e constituem a equipa “Inv1ctus F1 Team”, uma das que se prepara para disputar a final nacional, de olhos postos em Singapura.
“É para isso que lutamos, que trabalhamos todos os dias. Estamos confiantes, pois”, refere Rui.
Como sublinham, a equipa vencedora ganha uma bolsa de estudo em Engenharia Automóvel na Universidade de Londres, “com hipóteses de, depois, entrar no mundo da F1”.
Cada equipa tem de criar o seu carro no computador, em 3D, e depois construí-lo, devendo o bólide ter um peso mínimo de 55 gramas.
Impulsionados com botijas de ar comprimido, os carros têm, na competição, de percorrer uma pista de 25 metros de comprimento no mais curto espaço de tempo possível, o que, para os melhores, significa cerca de um segundo.
A velocidade que os carros atingem é um fator com um peso importante na decisão do júri, mas não é o único, já que também são avaliados aspetos como o portfólio, o design, o stand a engenharia, o marketing e a apresentação do produto ao júri em internacional, necessariamente em inglês.
“O carro mais rápido pode não ser o vencedor”, sintetizou António Paiva, o professor que tem acompanhado a atividade da “Inv1ctus F1 Team”.
O docente sublinhou a “grande abrangência” do projeto e a “tecnologia de ponta” usada na concretização do protótipo, com a ajuda de duas “startups” sediadas em Braga.
As duas empresas disponibilizaram-se, sem qualquer contrapartida, a ceder o seu know-how, tecnologia e funcionários para apoiar o projeto.
O apoio foi efetivado através da conceção de avançados modelos virtuais do protótipo, integrados numa pirâmide holográfica, bem como de toda a imagem e grafismo associado à equipa.
Segundo António Paiva, esta é já a terceira participação no “F1 in Schools” daquela equipa, que nas duas participações anteriores “conseguiu sempre medalhas”.
Por isso, o docente acredita que, e fazendo jus ao ditado, à terceira vez será de vez e a “Inv1ctus F1 Team” irá mesmo conseguir um lugar na final mundial.
Uma fé partilhada pelos jovens pilotos Rui, Alexandre, Pedro e Paulo, que, “vendendo” confiança, se despedem com um “então já, até Singapura”.
O “F1 in Schools” é um desafio multidisciplinar, que inspira os estudantes a utilizarem novas tecnologias para a aprendizagem de física, aerodinâmica, conceção, construção, desenvolvimento de marcas, grafismo, patrocínios, marketing, trabalho de equipa/liderança, competências de comunicação e estratégia financeira.
Nesta iniciativa, estão envolvidos cerca de 40 países e mais de um milhão de alunos de 20 mil escolas.