Ana Catarina Costa, aluna do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), venceu o Young Research Award, um prestigiado prémio que visa reconhecer internacionalmente o trabalho de jovens investigadores, anunciou hoje o politécnico.
Em comunicado, o IPVC informa que a estudante do mestrado em Engenharia Informática e natural de Vila Nova de Cerveira foi distinguida com o artigo intitulado “Multimodal Route Planning for Blind and Visually Impaired People” (Planeamento de Trajetos para Pessoas Cegas e Amblíopes).
Foi escrito no âmbito da sua tese de mestrado e apresentado em setembro, na CSUM2022 – Conferência sobre Mobilidade Urbana Sustentável, que teve lugar na Grécia.
A jovem, de 29 anos, desenvolveu uma app focada na temática da mobilidade urbana e inclusiva. A aplicação mobile permite a cegos e amblíopes, através da definição do ponto de partida e do destino pretendido, criar três opções de trajeto, identificando os aspetos negativos e positivos de cada percurso.
“Mas a app não se limita a indicar e a fazer uma avaliação dos trajetos. À medida que o utilizador se vai aproximando do destino, vai recebendo alertas, como a necessidade de apanhar um transporte público ou a paragem em que tem de sair”, explicou o politécnico.
“Fazendo recurso ao open street maps, é possível marcar informação no mapa, como passadeiras, sinais luminosos, elevadores, escadas e tudo o que possam ser obstáculos para as pessoas cegas e amblíopes. Tendo em conta todos os desafios sentidos pelos mesmos quando andam na rua, a aplicação (VIP Guide – que ainda está em fase de experimentação) conta ainda com reconhecimento de voz para ‘input’ da localização desejada e uso do GPS para alertar sobre obstáculos em tempo real”, começou por avançar Ana Catarina Costa, citada em comunicado.
Apesar de ter sido testada apenas em ambiente de simulação, os resultados são “bastante promissores” e a investigadora acredita que a aplicação pode ser “melhorada” e “disponibilizada às pessoas.
A jovem de Cerveira é agora professora assistente convidada do CteSP, em Turismo de Gastronomia e Vinhos, curso do IPVC, lecionado no polo de Monção da EPRAMI, com aulas práticas nos municípios de Monção e Melgaço.
A tese de mestrado foi orientada pela docente Sara Paiva, do Politécnico de Viana do Castelo, e pelo Professor Damianos Gavalas, da Universidade de Aegan, na Grécia.
Para a docente Sara Paiva, a grande mais-valia do projeto é o seu lado inclusivo: “Trata-se de uma aplicação que pretende promover a autonomia e a independência de pessoas cegas e amblíopes, fazendo uso dos meios de transporte que são mais adequados tendo por base as suas caraterísticas oferecendo assim maior segurança e comodidade”.
Conforme explica o politécnico de Viana, o trabalho agora premiado foca-se numa das áreas de investigação do centro de investigação do Politécnico de Viana do Castelo ADiT-LAB – Applied Digital Transformation Laboratory – e na qual alguns investigadores do IPVC têm trabalhado ou proposto a alunos de mestrado para que, tal como aconteceu com Ana Catarina Costa, também eles possam dar os seus contributos.