Alto Minho teve 48 incêndios esta noite: “Não é habitual nesta altura do ano”

Durante a passagem da depressão Martinho
Imagem: Filipe Guimarães

Várias zonas do Alto Minho foram afetadas por um total de 48 incêndios rurais na noite passada, “algo que não é habitual para esta altura do ano”, reconheceu hoje a Proteção Civil.

O último fogo a ser resolvido foi o de Sabadim, no concelho de Arcos de Valdevez, já durante esta manhã, indicou Alexandre Penha, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em declarações aos jornalistas, no mais recente balanço das ocorrências registadas devido à passagem de depressão Martinho, com ventos muito fortes.

Esse último incêndio a ser extinto era “o que causava mais preocupações” e “forçou ao movimento de grupos de reforço de áreas mais distantes” para combater as chamas, detalhou o adjunto operacional, na sede da ANEPC, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.

A zona de Arcos de Valdevez foi a mais afetada, mas registaram-se também nos concelhos de Paredes de Coura e Ponte da Barca.

“Má utilização de fogo”

Questionado sobre uma possível origem criminosa dos fogos, Alexandre Penha respondeu apenas com a constatação de “má utilização de fogo”, mas remeteu a averiguação das causas para as entidades competentes.

O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, denunciou, em declarações à SIC Notícias, situações de fogo posto.

Segundo o Comando Sub-Regional do Alto Minho, nenhuma habitação chegou a ser afetada pelos vários incêndios, apesar de terem estado em risco, e não há registo de vítimas.

O comandante dos bombeiros de Arcos de Valdevez referiu que duas freguesias chegaram a ser ameaçadas pelas chamas e que estiveram a ser ponderadas evacuações.

O mau tempo registado à passagem da depressão Martinho pelo continente português, incluindo fortes ventos que motivaram um aviso meteorológico laranja (o segundo mais grave numa escala de três), deu origem a 5.800 ocorrências e 15 desalojados, de acordo com o mais recente balanço da Proteção Civil, que reconhece tratar-se de um número “acima da média”.

O registo diz respeito ao período entre as 00:00 de quarta-feira e as 11:00 de hoje, com destaque para a queda de árvores, tendo-se verificado ainda algumas inundações.

Segundo o balanço feito por Alexandre Penha, além dos 15 desalojados, 13 pessoas tiveram de ser deslocadas.

O mau tempo afetou e continua ainda hoje a afetar linhas ferroviárias e estradas, bem como o funcionamento de portos.

Avisos

Na quarta-feira, a partir das 12:00, o distrito de Viana do Castelo estava sob aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) devido à previsão de “vento forte de sul/sueste, com rajadas até 90 km/h (quilómetros por hora), sendo até 110 km/h nas serras”, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Na madrugada desta quinta-feira, entre as 00:00 e as 09:00, o IPMA elevou esse aviso para laranja (o segundo mais grave de uma escala de três), com a previsão de o distrito de Viana do Castelo ser afetado por “vento forte de sul/sueste, com rajadas até 90 km/h, sendo até 120 km/h nas serras”, avisando que, depois das 09:00, passaria a amarelo, até às 12:00 do dia de hoje.

Na terça-feira, em conferência de imprensa, a ANEPC alertou para o agravamento da situação meteorológica no território do continente nos próximos dias, com precipitação por vezes forte, vento e agitação marítima, no âmbito da passagem da depressão Martinho.

 
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