Alta Velocidade passa em Braga, Vila Verde, Ponte de Lima, Cerveira, Paredes de Coura e Valença

Foto: Renfe / Arquivo

Os novos estudos adjudicados há dias pela Infraestruturas de Portugal para analisar o impacto e viabilidade da futura linha ferroviária de alta velocidade Braga-Valença vão seguir parte do estudo realizado no início do milénio e apresentado em 2009 pela Rede Ferroviária de Alta Velocidade (RAVE), mas com algumas alterações, como é o caso da introdução do ramal de Braga na Linha de Alta Velocidade, que levará a mudanças também na Linha do Minho.

Em documento da Infraestruturas de Portugal a que O MINHO teve acesso, é confirmado que a nova ligação de alta velocidade entre Braga e Valença tem início no Ramal de Braga e desenvolve-se até à fronteira com Espanha, nas proximidades de Valença, onde será efetuada a ligação com a nova linha até Vigo, numa extensão total, aproximada, de 70 quilómetros.

Como O MINHO noticiou em exclusivo, os novos estudos adjudicados contemplam uma análise detalhada dos estudos anteriores desenvolvidos pela RAVE e respetivos anexos, emitidos sobre o mesmo, identificando as diferenças entre a situação atual e a situação à data da realização desses estudos e de emissão das respetivas Declarações de Impacto Ambiental, tendo em conta, nomeadamente, ocupação do território; — PDM’s, e a legislação em vigor.

Deve, ainda, ser tida em consideração a informação atualizada a ser recolhida junto das entidades com responsabilidade de gestão de infraestruturas e do território nas áreas de estudo, a disponibilizar pela IP no decurso dos estudos. A linha estipulada cruzará as localidades de Braga, Vila Verde, Ponte de Lima, Cerveira Paredes de Coura e Valença.

Fonte: RAVE

Hipóteses para a estação de Braga

Será, então, necessário proceder a todas as alterações/retificações necessárias no Ramal de Braga e/ou na Linha do Minho (LM), para permitir a integração na Linha de Alta Velocidade, o mesmo acontecendo em Ponte de Lima, onde está prevista uma estação, e também em Valença, onde termina a linha do lado português.

Para a estação de Braga, o novo estudo de impacto ambiental terá de contemplar três hipóteses possíveis. A primeira segue os estudos apresentados em 2009 e é a da ligação da Linha de Alta Velocidade ao ramal de Braga, na proximidade da Estação de Tadim, “por forma a viabilizar a Estação de Braga na localização prevista nos estudos prévios” do início do milénio.

A segunda hipótese aponta a ligação ao ramal de Braga “o mais próximo possível de Braga, por forma a viabilizar uma estação subterrânea de Alta Velocidade”, que seria “na proximidade da estação atual” existente para os comboios normais.

A terceira hipótese contempla a ligação ao ramal de Braga de forma a viabilizar a construção de uma estação subterrânea de Alta Velocidade no cruzamento da Linha de Alta Velocidade com o ramal de Braga, ou seja, Braga ficava com duas estações distintas nas extremidades do ramal, sendo que uma é a já existente.

O estudo agora adjudicado irá analisar o impacto em termos ambientais em todas as localizações apresentadas de forma a conseguir perceber qual a melhor hipótese.

Hipóteses para Valença

Em Valença, por sua vez, existem outras três situações a analisar: a primeira é localizar a estação de alta velocidade no local previsto pelo estudo de 2009, num local distinto da atual estação. A segunda prevê ligação entre a Linha de Alta Velocidade a sul com a Linha do Minho a norte, antes ou depois da Estação de Valença, por forma a viabilizar a nova estação de alta velocidade junto no mesmo local da estação de comboios atual. Por fim, a terceira hipótese passa por adotar o layout existente na estação de Valença para acomodar o tráfego da Alta Velocidade, transporte convencional e mercadorias.

Nesta situação de Valença, alerta a Infraestruturas de Portugal, “serão desenvolvidos por Espanha estudos de viabilidade que poderão indicar outro ponto de ligação”.

Sobre a estação de Alta Velocidade de Ponte de Lima, a ideia surge impulsionada pelos estudos anteriores de 2009, mas não foi avançada nenhuma especificidade para estas novas avaliações.

Sobre a construção do troço por fases, “com respetivo estudo de viabilidade e orçamento, otimizando o investimento inicial e minimizando o impacto na exploração”, vão ser considerados e avaliados estes cenários: Via dupla, banalizável, em toda extensão; Via única banalizada em partes da extensão (e.g. via única nas Obras de Arte Especiais e Túneis) Construção faseada das Obras de Arte Especiais (e.g. tabuleiro para via única nas pontes e viadutos e fundações e arranque de pilares para o segundo tabuleiro).

Freguesias possivelmente afetadas pela Linha de Alta Velocidade

Braga: Priscos, Tadim, Fradelos, Aveleda, Ferreiros, Gondizalves, Semelhe, Frossos, Panóias, Mire de Tibães Merelim (São Paio).

Vila Verde: Cabanelas, Oleiros, Cervães, Parada de Gatim, Escariz (São Mamede), Freiriz, Parada de Tibães, Escariz (São Martinho), Arcozelo, Marrancos.

Ponte de Lima: Anais, Sandiães, Fontão, Facha, Queijada, Souto de Rebordões, Freixo, Fornelos, Arca, Ribeira, Brandara, Calheiros, Cepões, Labruja, Navio, Vitorino dos Piães, Seara, Fontão, Arcos, Estorãos, Cabração, Gaifar e Vitorino das Donas.

Paredes de Coura: Romarigães, Coura e Rubiães.

Cerveira: Mentestrido e Sapardos.

Valença: S. Julião, Cerdal, Gandra, Fontoura, Ganfei e Valença

Como O MINHO noticiou, a Infraestruturas de Portugal (IP) adjudicou um estudo prévio de impacto ambiental para o troço Braga-Valença da nova linha de Alta Velocidade Porto-Braga-Vigo, de forma a atualizar estudos anteriores que já não são fidedignos por causa de várias alterações no anterior traçado delineado.

O contrato foi adjudicado à empresa Arqpais – Consultores de Arquitectura Paisagista e Ambiente pelo valor de 424.915,00 euros e com um prazo de execução de 600 dias.

Em documento obtido por O MINHO junto da Infraestruturas de Portugal, é referido que o estudo incide na implementação da Nova Linha de Alta Velocidade (LAV) entre Porto – Valença – Vigo, considerado pelo anterior Governo como “um elemento estratégico do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030)”.

A implementação da atualização do estudo de impacto ambiental ocorrerá em fases, começando com o trecho entre Braga e Valença, e visa obter uma Declaração de Impacto Ambiental favorável para se poderem começar as obras.

 
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