Aliança defende “profunda mudança” no SNS para resolver impasse

“Ninguém vai aceitar pagar 3,5% do seu vencimento para apenas poder ir ao SNS”, diz o partido

O partido Aliança considerou que “só com uma profunda mudança” de organização do sistema de saúde se poderá resolver o clima de incerteza face à ADSE, depois de três grupos privados terem anunciado que iriam romper as convenções.

Em comunicado, a Aliança defende que “só com uma profunda mudança de organização do sistema global de saúde se podem resolver as várias e graves situações existentes”.

Considerando que “o rumo da ADSE” é “paralelo à trajetória para o abismo do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, o partido alega que, “com as ruturas anunciadas, o clima de incerteza adensa-se”.

“Só uma verdade parece inquestionável: ninguém vai aceitar pagar 3,5% do seu vencimento para apenas poder ir ao SNS”, continua.

No congresso fundador da Aliança, que decorreu no último fim de semana, o presidente do partido, Pedro Santana Lopes, defendeu que todos os portugueses deveriam ter seguros de saúde.

Na nota enviada às redações, é apontado igualmente que “o que se está a passar com a ADSE” é fruto, em primeiro lugar, “do caos instalado no setor da saúde, resultado de opções setoriais ideológicas da ‘frente de esquerda’ [o que o partido chama habitualmente à geringonça]”.

“Por outro lado, importa também ter presente que as denúncias por parte de grupos privados prestadores de serviços de saúde ocorrem pouco tempo depois de o Governo ter anunciado que vai reverter a PPP [parceria público-privada] do Hospital de Braga”, apontando tratar-se “de mais um clamoroso erro, depois de vários praticados nesta área, de entre os quais se destaca o da aplicação das 35 horas semanais”.

Para a Aliança, “esta questão das regularizações ou acerto de contas por excesso nas faturas apresentadas já existia há anos e sempre foi resolvido”.

“Desta vez, estavam em causa 38 milhões de euros, valor mais ou menos equivalente ao que a ADSE anunciou como meta para a poupança que pretende alcançar no seu exercício orçamental”, acrescenta.

Os grupos José de Mello Saúde (rede CUF), Luz Saúde e Lusíadas Saúde comunicaram esta semana que vão romper as convenções com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, com efeito a partir de abril.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x