“Alheira do Tino” anda na boca dos famosos

Laurentino Alves, 44 anos, de Paredes de Coura, é um homem multifacetado e foi surpreendido por estes dias com o alcance da fama de uma alheira vegetariana artesanal que, por “brincadeira”, começou a produzir há cerca de um ano. Guarda prisional de profissão, recém-eleito presidente de junta da União de Freguesias de Cossourado e Linhares e produtor de fumeiro e mel, recebeu uma encomenda do apresentador de televisão, João Manzarra, vegan assumido, que, entretanto, referiu o produto numa entrevista.

E a curiosidade disparou em torno da “alheira do Tino”, como já é conhecido o enchido à base de cogumelos, pimentos, cenoura, cebola, alho, salsa, azeitonas e pão, com tripa sintética não comestível (nas versões com e sem glúten).

“No outro dia mandei vir alheiras vegetarianas de um senhor de Paredes de Coura e são incríveis. Por isso, neste último mês as minhas receitas têm sido mais à base de alheira. Devia ter gerido melhor isto, mas já fiz ótimas receitas com elas”, disse João Manzarra na revista Caras. O “senhor” a que o apresentador se refere, é o “Tino” dos “Enchidos Agromonte”, que em setembro no congresso vegetariano de Paredes de Coura, lhe ofereceu alheiras.

“Passado uns dias fez-me uma encomenda através do Facebook. É sempre bom. Sendo uma figura publica dá sempre mais projeção e é mais um cliente. Claro que isto teve consequências. Depois do Manzarra ter falado na revista, tive muitos pedidos de amizade no Facebook que se tornaram em algumas encomendas de pessoas do Porto e Lisboa. Uns pediram informação e outros encomendaram”, contou Laurentino Alves.

A ideia da alheira vegetariana foi-lhe lançada pela atual vereadora da Educação da Câmara de Paredes de Coura, Maria José Moreira, também ela uma adepta vegetarianismo. “Em 2016, quando se estava a aproximar a realização do congresso vegetariano em Coura decidi-me e comecei a estudar o produto. Fiz em casa. Juntei alguns amigos vegetarianos para provar e dar a opinião, e toda a gente disse muito bem daquilo”, afirmou, referindo que a primeira encomenda saiu para o referido congresso.

“Fiz 370 para serem servidas lá, as pessoas gostaram e a partir daí tem sido satisfazer encomendas. Tem muita saída, muito para além daquilo que eu esperava”, comentou.

A “publicidade” cresceu através do Facebook e do “boca a boca”, segundo produtor, e atualmente a sua alheira de produção 100 por cento artesanal e com produtos locais (há duas produções de cogumelos shiitaki em Coura e são estas que o fornecem) já se encontra à venda em lojas de Lisboa, Porto e Braga. Laurentino tinha o projeto começar a produzir também chouriço e queijo vegetarianos, mas a sua eleição como independente, a 1 de outubro, para a União de Freguesias de Cossourado e Linhares, travou-lhe os planos.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados