A deputada municipal e à Assembleia da República, Alexandra Vieira, é a cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) às próximas eleições autárquicas de Braga.
Já António Lima, atual líder da bancada municipal do Bloco, volta a ser o cabeça de lista à Assembleia Municipal.
Em comunicado, o partido revelou hoje que a votação dos dois cabeças de lista decorreu sexta-feira, na reunião do Plenário de Aderentes do Concelhio.
“Os nomes apresentados pela Comissão Coordenadora Concelhia foram aprovados por unanimidade neste órgão, tendo obtido 93% dos votos em plenário, sublinha o BE.
Em Braga são já conhecidos os nomes de candidatos: Ricardo Rio (Coligação Juntos por Braga PSD/CDS/PPM/Aliança), Hugo Pires (PS), Bárbara Barros (CDU), e Jenny Santos (Chega).
Alexandra Vieira é licenciada em História e mestre em Sociologia de Educação e Políticas Educativas, pela Universidade do Minho, e foi eleita deputada municipal pelo BE em 2017. Em 2019, foi igualmente eleita deputada à Assembleia da República, pelo Círculo Eleitoral de Braga, onde, desde então, tem centrado o seu trabalho nas áreas da educação, cultura, património e negócios estrangeiros.
É igualmente dirigente nacional, distrital e concelhia do Bloco de Esquerda.
É professora de História e dirigente do Sindicato dos Professores do Norte.
António Lima é licenciado em Direito, pela Universidade do Minho, e tem dedicado grande parte da sua atividade profissional ao direito laboral, como advogado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho.
Deputado municipal e cabeça de lista àquele órgão autárquico, em 2001, 2009 e 2017, António Lima foi cabeça de lista do BE à Câmara Municipal em 2005. É dirigente concelhio do Bloco, tendo desempenhado durante vários mandatos cargos distritais e nacionais.
Habitação
Em recente entrevista a O MINHO, Alexandre Vieira apontou, como sua preocupação, a questão da habitação, “um direito constitucional ainda por cumprir no nosso país, e que, em Braga assume contornos graves e preocupantes”.
“Não nos cansamos de denunciar o fenómeno da gentrificação, isto é, a expulsão dos moradores de há gerações do centro histórico para reabilitar edifícios destinados a famílias de maiores rendimentos ou ao alojamento local. Há um frenesim reabilitativo de projetos com dez anos ou mais e que deveriam ser revistos e não o foram. Os resultados são os danos irreversíveis causados nas fachadas e no interior dos edifícios que se ficam sem caraterísticas únicas com escadarias, lambrins, azulejos, frescos e por aí adiante. Em breve, o centro de Braga será de fachada, tipo Playmobil, com habitantes ocasionais, como dissemos numa intervenção na Assembleia, e completamente submissa aos interesses imobiliários especulativos que continuam a assolar a nossa cidade”
E prosseguindo, acentuou: “Destaco como particularmente graves as condições indignas em que vivem as 40 famílias, compostas por muitas crianças e idosos, no bairro Picoto. Nas nossas visitas ao bairro é difícil esquecer o grau de degradação irrecuperável dos edifícios, bem como a humidade e a água da chuva a escorrer copiosamente pelo interior das paredes, nem as crianças com asma ou os velhos acamados. Mas mais difícil de esquecer é o chumbo da nossa moção pela maioria na AM que propunha o realojamento imediato dos habitantes do bairro, em pleno inverno, particularmente chuvoso, a uma semana do Natal de 2017, coincidentemente. Dá que pensar tanta indiferença, não dá? “
Poluição do ar
Outra questão recorrente que tem sido apresentada na Assembleia Municipal – disse ainda a agora candidata – “tem a ver com a qualidade de vida e a saúde dos bracarenses. Há muito que não se sabe os níveis de poluição do ar, apesar de haver estações de recolha dessa informação. No entanto, os bracarenses sentem os efeitos da poluição, quer nos níveis de ruído, quer na frequência das doenças respiratórias, quer no calor extremo que se faz sentir nos meses mais quentes do ano”.