Alegado incendiário das florestas de Braga fica em prisão preventiva

Decisivas provas recolhidas pela Polícia Judiciária de Braga
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

O suposto incendiário das florestas de Braga está em prisão preventiva, desde o início da tarde deste sábado, após detido pela Polícia Judiciária de Braga, suspeito da autoria de oito fogos no mato, cometidos no espaço de um mês e meio, todos em Braga.

A medida de coação mais pesada foi determinada pelo Tribunal de Turno no Palácio da Justiça de Braga, tendo em conta todas as provas, recolhidas e sistematizadas, pela Polícia Judiciária de Braga, que chegou a monitorizar todos os passos do suspeito.

O suspeito, de 50 anos, casado, reformado por invalidez, antigo operário da construção civil, residia na freguesia de Arentim, uma das mais fustigadas, assim como a freguesia vizinha de Escudeiros, no total de oito fogos, de 19 de julho a 04 de setembro.

As investigações criminais da PJ de Braga concluíram que durante um mês e meio, o suspeito ateava os fogos sempre depois do almoço, alegadamente para se vingar de vizinhos e para ter o prazer de ver os meios e os bombeiros a apagar os incêndios.

O diretor da interino da Polícia Judiciária de Braga, Rogério Magalhães, tinha revelado, numa conferência de imprensa, que “com vigilância passivas, fomos vendo o suspeito nas manchas florestais, provocando as ignições após o almoço, num período do dia com mais perigosidade de progressão dos incêndios e mais elevadas temperaturas, mas carreamos outro tipo de provas”.

“Tudo indica que o arguido tinha o fascínio do fogo, de ver os bombeiros a atuarem e todos os meios de combate envolvidos, mas também mau relacionamento pessoal com quem estabelecia contactos”, acrescentou o mesmo responsável da PJ de Braga.

O suspeito, com notórias limitações físicas, terá ateado os incêndios com um isqueiro, pelo método de chama direta, causando um elevado número de ignições que por sua vez despoletavam os incêndios florestais, parte dos quais com grandes dimensões.

Esta zona já tinha sido fustigada no ano de 2023, para além já deste ano de 2024, segundo explicou Rogério Magalhães, para quem “foram sempre colocadas em perigo as pessoas e as suas habitações, bem como diversas instalações fabris e industriais”.

Rogério Magalhães destacou a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural da Zona Norte, criado no ano de 2017, integrando elementos da PJ, da GNR e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

 
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