A freguesia de Miranda, em Arcos de Valdevez, recuou no tempo com a recriação da Lavrada de Maio, uma das principais práticas agrícolas desta freguesia no passado, que juntou dezenas de entusiastas a 04 de maio.
Vestidas a rigor com as roupas “das caixas dos antepassados” e de enxada às costas, os participantes rumaram ao campo para dar início aos trabalhos nesta iniciativa promovida pela Associação Cultural Recreativa e Desportiva Miranda.
A lavrada começou com quatro vacas de raça cachena prontas a puxar o arado a “abrilhantar a tarde”, conforme descreve a associação, em comunicado enviado hoje a O MINHO. Os animais foram cedidos por António Vilela e sua família, que detêm as vacas.









E continua: “Enquanto o arado fazia as ‘leivas’ as pessoas picavam a terra e faziam as beiras. No fim da terra pronta foi semeada ‘a murro’ a semente de milho antigo, com milho rei (vermelho) e algum feijão (antigamente semeado no meio do milho). Depois do milho semeado gradou-se a terra, tiraram-se os torrões e fizeram-se os regos”.
Como “quem trabalha, quer comer”, no fim dos trabalhos foi servida a merenda que era servida antigamente no campo (batatas amassadas com rojões da barriga), acompanhada da broa de milho e do vinhão.
A tarde acabou cheia de animação, com roda de cantigas e danças tradicionais.




















A Lavrada de Maio era feita com a chegada da primavera, uma vez que era necessária a preparação dos terrenos para o cultivo do milho. Maio era mês de sementeiras.





























A ACRD de Miranda explica que um dos principais objetivos desta associação é “preservar usos e costumes de antigamente através do projeto ‘Reviver Tradições’, perpetuando a génese desta freguesia serrana”.