A aldeia do Samão, em Cabeceiras de Basto, celebra esta sexta-feira a “Festa das Papas”.
É uma festividade em honra de S. Sebastião, padroeiro da fome, da peste e da guerra. Em comunicado, a autarquia explica que o “povo do Samão oferece papas, pão benzido, carne e vinho, a todos os romeiros que se desloquem à aldeia para honrar o santo”.
A jornada começa cedo com a bênção dos alimentos, seguindo-se a celebração da eucaristia e a procissão. Os alimentos são transportados para o campo junto à sede do Grupo Associativo do Samão, na União de Freguesias de Gondiães e Vilar de Cunhas, onde é estendida uma toalha de linho com dezenas de metros, ao longo da qual se colocam os alimentos.
Reza a lenda local que, na Idade Média, os povos que habitavam aquelas serras foram assolados por uma grande peste que atingiu humanos e animais. Para se verem livres da doença, os habitantes daquelas aldeias sertanejas recorreram a S. Sebastião de quem eram devotos e que os terá libertado de tal ‘maldição’.
Como forma de gratidão, as pessoas prometeram que daí em diante fariam uma festa e ofereceriam o que de melhor o povo tinha, ou seja, o pão, o vinho e a carne, a todos quantos ali se deslocassem para honrar o santo.
Desde então, todos os anos, a promessa renova-se e a festa repete-se, honrando assim um compromisso antigo assumido pelos seus antepassados.
Trata-se por isso, de uma tradicional e peculiar romaria minhota que todos os anos atrai centenas de forasteiros, que sobem a serra para participar na “Festa das Papas” que se realiza em 20 de janeiro, de forma alternada, ora no lugar do Samão, em ano ímpar, ora no lugar de Gondiães, em ano par.