O presidente da Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), Nuno Gomes Oliveira, contestou as acusações do presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, de que “a FAPAS nunca fez nada por Terras de Bouro”.
Nuno Gomes Oliveira, biólogo de profissão e ambientalista há mais de meio século, ripostou ainda as afirmações de que não conhece o Parque Nacional da Peneda-Gerês, contrapondo que “quem não conhece o parque é o senhor presidente da Câmara”.
“Aliás, com a pretendida obra nestas cascatas, o senhor presidente da Câmara de Terras de Bouro mostra que de ele é que não conhece a realidade do Parque Nacional da Peneda-Gerês, caso contrário, não se metia nisto”, afirmou o presidente da FAPAS.
Na base das declarações do presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, a posição da FAPAS, contra as obras na chamada Cascata do Tahiti, no Gerês, que deveriam ter começado já esta quinta-feira, só que ainda não se iniciaram.
“Tais afirmações demonstram desconhecimento do senhor presidente da Câmara de Terras de Bouro, pois a FAPAS tem uma relação muito antiga com o parque nacional e representa as associações ambientalistas na Comissão de Cogestão”, acrescentou.
Nuno Gomes Oliveira salientou que “a FAPAS integra o Conselho Estratégico e é a continuação de uma série de movimentos ambientalistas, alguns dos quais vêm já antes do 25 de Abril de 1974, com intervenções no Parque Nacional da Peneda-Gerês”.
“Ainda o senhor presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro não era nascido e já eu e outros ambientalistas andávamos pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês e a defender o nosso único parque nacional”, referiu o biólogo Nuno Oliveira Gomes.
O MINHO está desde a manhã desta sexta-feira a tentar obter declarações do presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, que tal como dos seus assessores, mas este não atende às chamadas, não responde às SMS, nem sequer aos emails enviados.
Acerca das obras que o autarca geresiano anunciou deveriam ter começado esta quinta-feira, o presidente da FAPAS considera que “vai degradar toda a paisagem, é uma coisa completamente inadmissível, que não deveria passar pela cabeça de ninguém”.
Segundo Nuno Gomes Oliveira, “querem ‘artificializar’ toda esta zona, com um modelo que não apresentam, a não ser só ao de leve nos órgãos de comunicação social, mas que já se viu ser um modelo demasiado urbano para uma área natural e rural”.
O presidente da FAPAS propõe, em alternativa, “uma intervenção muito mais simples, muito mais naturalizada, preconizando menos intervenção, menos área com intervenção, menos passadiços, menos arruamentos, porque se trata de uma área natural”.