Aí está o Estádio Amélia Morais. Custou 10 milhões e vai servir o futebol feminino

Obra integralmente paga pelo SC Braga
Foto: SC Braga

O Estádio Amélia Morais comprova “a ambição e o crescimento” do SC Braga, infraestrutura hoje inaugurada, especialmente destinada às equipas femininas de futebol, que conclui a edificação da cidade desportiva dos minhotos.

Concluído o jogo particular entre o SC Braga e o Paris Saint-Germain, que as portuguesas venceram por 2-1, a guarda-redes Patrícia Morais juntou-se às colegas para um agradecimento aos cerca de 2.500 espetadores presentes na única bancada e considerou que o novo recinto sustenta a aspiração das bracarenses a títulos futuros.

“Temos todas as condições para fazermos bons treinos, bons jogos e lutarmos por títulos. Estas infraestruturas acrescentam ainda mais ambição e crescimento. Em Portugal, não existe nenhum estádio como este”, realça à Lusa a internacional portuguesa de 32 anos, ao serviço da terceira classificada da I Liga feminina.

Entre os sócios presentes na inauguração, Victor Fernandes vincou que a equipa feminina arsenalista, campeã nacional na época 2018/19, tem “condições de trabalho melhores” para “sonhar mais” com um estádio que é “mais uma prova do crescimento” dos minhotos nos últimos 20 anos, também expresso nos resultados da equipa masculina.

“É especial. Esta é a prova do nosso crescimento. Com a cidade desportiva e o estádio Amélia Morais, há um crescimento que faz todo o sentido, por causa da equipa principal feminina e das equipas B masculina e feminina”, assinala.

Alvo de um investimento de 10 milhões de euros, o Estádio Amélia Morais começou a ser erguido em maio de 2023 e corresponde à terceira fase da cidade desportiva, equipada ainda por mais 10 campos de futebol e por um pavilhão desportivo, com um custo que ascende aos 60 milhões, suportados inteiramente pelo SC Braga.

Hora e meia antes do desafio, Adelino Marques, de 75 anos, e Luzia Pinto, de 69, esperavam pela abertura das portas de um estádio que é “um orgulho” para o SC Braga e que “o futebol no feminino merece”.

Sócio desde a época 1974/75, a última em que a equipa masculina ‘arsenalista’ competiu na II Divisão nacional, Adelino habituou-se a um Braga “aos ziguezagues” no último quarto do século XX, embora mantendo “sempre uma esperança” de que o clube iria crescer.

“Hoje vemos um Braga no topo em Portugal e um clube reconhecido a nível europeu”, compara o sócio 513 dos bracarenses, com casaco e cachecol alusivos ao emblema minhoto.  

Também equipada ‘a rigor’, Luzia “começou a gostar” realmente do clube com a “festa muito grande” que se viveu na meia-final da Taça de Portugal de 1997/98, em que os bracarenses receberam e venceram o Benfica (2-1), e tornou-se associada em março de 1999.

Quase 26 anos depois, assinala, com um sorriso, que muitas crianças da cidade se “vestem hoje à Braga com felicidade”, inclusive uma neta, “sócia desde pequena”, e considera que o nome de Amélia Morais foi bem atribuído ao novo recinto, mesmo preferindo a designação de Estádio Centenário, outra das hipóteses votadas, a par de Estádio Bracara Augusta e de Estádio Carlos Baptista, antigo jogador arsenalista.

Presente na inauguração, Rui Morais confessou o “sentimento de orgulho” de ver o estádio adotar o nome da tia-avó que faleceu em 11 de abril de 2022, aos 86 anos, “uma verdadeira aficionada” do emblema minhoto, que acompanhava “diversos jogos e diversas modalidades” de forma “muito efusiva”, mas também “alegre e respeitosa”.

Na cerimónia protocolar que antecedeu o jogo, o presidente do SC Braga, António Salvador, vincou que o Estádio Amélia Morais representa “mais do que a memória particular de uma sócia que expandiu a imagem do seu clube” considerou-o a “cereja no topo do bolo” quanto à cidade desportiva, construída a partir de 2015.

“Esta é a obra que sonhámos no início do século e que concretizámos na última década. É uma obra transformadora”, realçou, numa cerimónia que contou ainda com os presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

Quando as equipas subiram ao relvado, os adeptos ergueram-se na bancada, de cachecóis ao alto, num gesto de celebração para com o primeiro desafio no Estádio Amélia Morais, ‘brindado’ com golos de Malu Schmidt (39 minutos) e Mariana Azevedo para as bracarenses e de Paulina Dudek (45), para as francesas.

Para Patrícia Morais, foi “um dia histórico”. “Estávamos claramente ansiosas por este momento, que coroámos com uma vitória, frente a um público fantástico. Isso dá−nos ânimo para trabalhar e sermos muito mais fortes”, confessa a guarda-redes.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados