São imagens que habitualmente associamos a documentários sobre vida selvagem, mas foram captadas esta tarde, em plena cidade de Braga. Um coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) observa as investidas de uma águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) que se aproveita do mobiliário urbano a longa altura para se fixar durante a busca pela presa.
O momento decorreu no Monte Picoto, com o centro da cidade de Braga no sopé, e foi registado pelo vereador com o pelouro do Ambiente, Altino Bessa, como um exemplo da sua vontade em criar lugares na cidade onde a biodiversidade pode conviver em harmonia com o dia-a-dia de uma das mais importantes ‘urbes’ do país e da Península Ibérica.
Coelho foge de ave no Monte Picoto. VÍDEO: Altino Bessa
Ave em busca de presas no Monte Picoto. VÍDEO: Altino Bessa
Juntamente com os vídeos, o vereador reforça que estas imagens mostram que a “biodiversidade está a aumentar” na cidade de Braga, em particular no Picoto, onde foram plantadas dez mil árvores e construída uma lagoa que também tem sido pólo de atração e de vida para as mais variadas espécies.
A agora tem 340m2 e é alimentada por um sistema de captação de águas no Inverno e, em 2020, já o vereador defendia que “através de um lago com vida, nomeadamente com anfíbios, crescerá a recuperação da biodiversidade local”.
Ao longo dos últimos anos têm sido avistados vários animais que estavam ausentes do local, como aves de várias espécies, raposas, roedores, e muitos tipos de répteis, incluindo cobras, ainda que não venenosas.
Esses registos foram capturados pelo fotógrafo de Natureza João Ferreira e publicados em livro.
Em setembro deste ano, na apresentação do livro, entitulado “Bichos de Braga”, o vereador desvendou que o mesmo revela a existência no concelho de espécies improváveis, como lontras no rio Este, esquilos no Sameiro ou cobras de escada no Monte Picoto.
O aumento da área florestal permite que os animais circulem entre o Picoto e os montes da Falperra, Sameiro e Bom Jesus também eles com fortes manchas florestais. O mesmo sucede com o rio Este, onde após o processo de despoluição de que foi alvo, regressaram animais como a garça, a lontra e o toirão, além de peixes.
O Parque Urbano Florestal do Picoto – acrescentou o autarca – tem já 10 mil árvores autóctones plantadas, número que deve crescer até 15 mil nos próximos anos. A reflorestação representa um investimento de 195 mil euros, dos quais, 165 mil, provêm de uma candidatura ao Fundo Ambiental.