A deputada do PSD eleita pelo círculo de Viana do Castelo, Emília Cerqueira, exigiu ao Ministro do Ambiente a demissão da administradora executiva da Águas do Alto Minho (AdAM) por causa dos “erros grosseiros de faturação” da empresa.
Na resposta, Matos Fernandes considerou “miseráveis” as declarações da parlamentar e recordou o caso em que Emília Cerqueira ‘assinou’ a presença do colega de bancada, José Silvano, quando este não se encontrava no plenário.
Emília Cerqueira começou por referir que “o primeiro trimestre” de atividade da AdAM “caracterizou-se por trapalhadas e erros grosseiros de faturação, que levaram, inclusive, a Deco a pronunciar-se sobre esta matéria e a surgirem várias petições para que os milhares de consumidores vissem estes grosseiríssimos erros corrigidos”.
PSD pede demissão de administradora da Águas do Alto Minho devido a 15 mil erros de faturação
Depois, pediu a demissão de Inês Alves, vogal executiva da AdAM, a qual, afirmou, o Ministro do Ambiente “conhece muito bem porque tem estado a trabalhar em estreita colaboração consigo em nomeações políticas ou funcionais desde pelo menos 2009”.
“E temos esta senhora, administradora executiva, a única, remunerada a ser uma ausência completa”, afirmou a deputada social-democrata, concluindo: “Para quando a demissão da administração, nomeadamente da administradora executiva, e para quando a correção das desigualdades que têm vindo com estas faturações?”.
Deputada de Viana vai ser constituída arguida no caso das presenças-fantasma no parlamento
Questionado no âmbito de audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, Matos Fernandes respondeu da seguinte forma: “Relativamente à questão dos erros de faturação da AdAM e às considerações miseráveis – não me enganei na palavra: miseráveis – que foram aqui produzidas pela deputada Emília Cerqueira, dizer duas coisas. Houve um erro de faturação e esse erro foi reconhecido por quem, de facto, dirige essa mesma empresa. Já foram emitidas notas de crédito depois desse erro de faturação e, seguidamente, serão feitas as faturas quando houver condições para serem feitas”.
O governante acrescentou que “quem nunca fez nada não se enganou” e recordou a polémica das presenças-fantasma no Parlamento em que a advogada de Arcos de Valdevez foi protagonista: “Não me recordo de ter ouvido a senhora deputada pedir desculpa quando assinalou por engano a presença de outros colegas de bancada na sala que cá não estavam”.
Perguntas e Respostas: Águas do Alto Minho e suas “sucessivas trapalhadas”
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% por sete municípios do distrito de Viana do Castelo (Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, a cerca de 107 mil clientes e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.