O presidente da Câmara de Viana do Castelo apontou as obras de 13,3 milhões de euros, hoje lançadas pela Águas do Alto Minho, nos sete concelhos que a integram, como exemplo da sua “importância”, apesar de admitir “pequenas contrariedades”.
“O início destes processos são complexos, mas desenganem-se aqueles que pensam que nós hesitamos à pequena turbulência. Estamos de pedra e cal neste projeto, porque entendemos que é essencial para a qualidade de vida dos nossos concidadãos”, afirmou José Maria Costa.
A AdAM – Águas do Alto Minho, empresa de gestão das redes de água em baixa e de saneamento, é detida em 51% pela AdP – Águas de Portugal e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro. Em abril, suspendeu a faturação depois de terem sido detetados erros de faturação que afetaram 15 mil consumidores.
A constituição tem sido contestada por vários partidos e pela população de alguns concelhos, que se queixa do aumento “exponencial” das tarifas e do funcionamento dos serviços.
O autarca socialista, que falava na Junta de Barroselas, em Viana do Castelo, na sessão de assinatura da consignação de uma empreitada de mais de 13,3 milhões de euros, financiados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), a realizar até 2021 nos sete concelhos que integram a Águas do Alto Minho (ADAM), disse que os erros de faturação detetados nos primeiros meses de funcionamento da empresa não “abanam” os autarcas que decidiram a sua constituição.
“Não vai ser o facto de algumas faturas terem erros – é importante serem resolvidos – ou porque temos dificuldades no atendimento, que temos de assumir, que nós abanamos. Foi preciso montar uma estrutura, organizar uma empresa com sete municípios, incluir novos recursos humanos. Desenganem-se aqueles que pensam que nós abanamos com estas situações”, referiu.
Segundo José Maria Costa, que é também presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM)Alto Minho, estrutura que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, “o valor que está em cima da mesa é mais alto” do que as “pequenas contrariedades” de um processo que classificou de “difícil e complexo”.
“O valor que está em cima da mesa é a qualidade de vida dos concidadãos e um projeto que garanta a qualidade do abastecimento de água às populações”, sustentou.
Do total dos 13,3 milhões de euros que a AdAM hoje consignou, para concluir até 2021, cinco milhões de euros serão investidos na renovação das redes de abastecimento de água e, cerca de oito milhões na instalação de equipamento de monitoração das perdas de água.
No concelho de Viana do Castelo vão ser investidos 1,3 milhões de euros, em 15 freguesias.
Segundo José Maria Costa, o montante de intervenções hoje apresentado representa “uma verdadeira revolução ambiental que está a acontecer no Alto Minho”.
“A constituição da empresa não está isenta de dificuldades. É uma nova empresa que tem de fazer tudo a partir do zero, mas os ganhos ambientais serão incomensuráveis , com investimentos que nunca sonhamos em anos anteriores. Esta foi uma decisão política acertada”, reforçou.
No sábado, a população de sete concelhos do distrito do Alto Minho exigiu o regresso da gestão de redes de água em baixa e de saneamento aos municípios da região, em protestos convocados através das redes sociais.
Hoje, na sessão realizada em Viana do Castelo, a nova administradora da Águas do Alto Minho, Fernanda Machado, disse que “nos próximos três anos a AdAM vai concretizar investimentos de 33 milhões de euros, com financiamento de fundos comunitários, sendo que 19 milhões de euros na expansão da redes água e saneamento e, 14 milhões de euros, na renovação de redes de abastecimentos de água”.
O presidente não executivo, Carlos Martins, indicou que, “em 2019, os sete municípios que integram a empresa, registaram 40% de perdas da água colocada na rede”, referindo que o investimento hoje anunciado “vai permitir chegar a dezembro de 2021 com um valor perto dos 30%”, sendo que “o objetivo é que em 2025 este valor esteja abaixo dos 20%”.