Declarações após o Portugal – País de Gales (1-1), em jogo particular de preparação para o Mundial2023 feminino de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
– Francisco Neto (selecionador de Portugal): “Em 25 jogadoras convocadas, conseguimos colocar 24 a jogar, e ter dois ‘onzes’ completamente diferentes é sinal de saúde, de muitas opções, de competitividade. Essa era a grande ideia para este estágio. Queríamos perceber quão competitivos podemos ser, com tantas jogadoras a jogar e a ter tantos minutos. Este foi um estágio muito proveitoso. Como equipa técnica, vamos ter tempo para refletir. Poderíamos ter feito melhor em alguns momentos dos dois jogos, mas isso faz parte do crescimento. Este é o mundial para dar o passo em frente.
Vai ser um momento difícil [definir a convocatória para o mundial]. As nossas sub-17 lutaram pelo apuramento para o campeonato da Europa até ao último jogo e as sub-19 também lutaram. A seleção AA está cada vez mais competitiva, o que faz com que eu tenha um leque de opções cada vez maior. Isso, para mim, é uma felicidade, mas também me vai trazer algumas noites sem dormir. Esse processo vai requerer muita proximidade, muito acompanhamento, muitos quilómetros.
Hoje tivemos dois recordes de público, [11.055 espetadores no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães] e 2.700 pessoas em Amarante para um jogo da formação [Portugal – França em sub-19 femininos]. Agradecemos a todas as pessoas que nos acompanham. As jogadoras atraem as pessoas. Mesmo não jogando sempre bem, a entrega e o querer fazem com que as pessoas venham.
As jogadoras são extremamente inteligentes e reconhecem o que nós queremos. Elas trabalham muito bem nos clubes e conseguimos facilmente passar-lhes as ideias nos treinos. No mundial, teremos estruturas alternativas ao nosso sistema em losango.
Estou muito feliz pelas duas jogadoras: a Tatiana [Pinto] está há menos tempo na seleção AA. A Jéssica já deveria ter as 100 internacionalizações há mais tempo, mas não foi possível. Não estão totalmente contentes, porque queriam ter ganhado. Esta é uma equipa ambiciosa.”
Tatiana Pinto (jogadora de Portugal): “Só tenho de estar feliz, orgulhosa, contente [pela 100.ª internacionalização]. Na nossa seleção, temos a felicidade de ter imensa gente com esta marca centenária.
Jogámos contra duas seleções muito poderosas. O Japão já foi campeão do mundo. É uma seleção de topo. Foi um privilégio jogar contra elas. O País de Gales é uma seleção muito intensa. Mais de 95% das jogadoras jogam na I Liga inglesa. Tiveram a infelicidade de não se apurarem para o mundial, após perderem com a Suíça no prolongamento. Estes dois jogos servem para prepararmos o nosso caminho e para continuarmos a crescer.”
Jéssica Silva (jogadora de Portugal): “É um marco honroso na minha carreira chegar à 100.ª internacionalização. Todas elas foram especiais. Obrigada ao professor Francisco [Neto] por poder continuar a representar a minha seleção. Quero continuar a somar.
Estamos todas no final do campeonato, a nível de clubes. Estes foram dois testes de elevada exigência. Independentemente dos resultados, demos respostas positivas.”