O Centro do Estudos Climáticos do MeteoFreixo, de Ponte de Lima, monitorizou os dados meteorológicos de agosto, definindo-o como tendo sido quente e seco. “Depois de 39 dias sem chover, e apesar da precipitação de 27 mm acumulados nos últimos três dias do mês, ditou um mês 22% mais seco que o normal. Por seu lado, temperatura média de 22,6ºC foi também mais elevada 1,2ºC que a normal”, sinaliza o relatório mensal assinada por Sérgio Bastos.
De acordo com a mesma fonte, a análise de pormenor caracteriza melhor o mês de agosto com a primeira quinzena muito quente e totalmente seca, enquanto a segunda quinzena foi moderadamente quente ou até amena. Nessa primeira quinzena tivemos muitos eventos extremos de temperatura, inclusive com onda de calor (sucessão de 5 ou mais dias com máximas acima 5ºC da média da máxima do mês) e noites tropicais (mínimas acima de 20ºC).
Agosto teve nos primeiros dias vários de valores médios superiores a 25ºC, destacando-se o dia 03 com uma temperatura média de quase 30ºC (29,2ºC). As condições extremas de temperatura, aliadas às rajadas de vento contribuíram para os mega incêndios rurais de Ponte da Barca/Terras de Bouro e Ponte de Lima. Na segunda quinzena, apesar de quase toda ela seca, os dias foram menos quentes e abaixo da média na quarta semana, também coincidente com os dias de alguma precipitação.
Numa análise da temperatura máxima, além da onda de calor (iniciada em 30 julho) que terminou no dia 05, ainda houve dias intercalados extremamente quentes, no período entre 09 e 13. A segunda quinzena contrastou com a maior parte dos seus dias com máximas mais suaves, abaixo da normal e alguns dias com valores inferiores a 25ºC.
Numa análise mais geral, agosto registou valores acima do normal na temperatura média (+1,2ºC), mas também na temperatura máxima (+1,3ºC) e também na temperatura mínima (+ 2,8ºC). Em toda a linha, agosto de 2025 foi mais quente, mas o mais anormal, salienta o MeteoFreixo, está na temperatura mínima com desvio positivo de quase 3ºC, confirmando as noites pouco frescas e até com noites tropicais.
Pluviograma de agosto de 2025
Ao nível da pluviosidade, os escassos 26 mm de acumulado mensal, 22% abaixo da normal, indicam que este mês de agosto foi praticamente seco. “A precipitação concentrou-se nos últimos três dias, ainda assim importante para reduzir o risco de incêndios rurais”, destaca o relatório.
Análise comparativa de agosto de 2025
Numa análise comparativa e evolutiva deste ano 2025, os primeiros oito meses têm sido irregulares nos valores de precipitação: “Mas atenção que já levamos três meses secos sucessivos, onde junho não era expectável. Este período mais prolongado de meses secos (3 quando o normal da região são 2) não só levou à maior vulnerabilidade da floresta aos incêndios, como também exigiu um maior esforço de captação de água para o regadio agrícola e pecuária”.
Por isso, Sérgio Bastos conclui que a sucessão de três meses secos está a exigir um maior consumo das reservas hídricas, para já pouco preocupantes face ao inverno chuvoso.
Segundo o gráfico de dispersão, verifica-se uma grande concentração de meses que têm sido mais quentes que a normal, e moderadamente mais secos que a média comparativa. “Como referimos anteriormente, desde maio que registamos um período de quatro meses com valores de precipitação abaixo da sua normal. Antevê-se que setembro também possa ser relativamente seco, levando a que o ano de 2025 contabilize quatro meses secos, duplicando face ao normal da região Minho (dois meses secos)”, lê-se no relatório.
Previsão da primeira semana de setembro
Na previsão do MeteoFreixo para os primeiros dias de setembro na região Minho, devido a perturbações frontais a noroeste, mantém-se alguma instabilidade atmosférica de fraca atividade com céu temporariamente nublado e aguaceiros dispersos. Nesta primeira semana, também as temperaturas continuarão com valores amenos.
Para a segunda semana volta o tempo anticiclónico com subida das temperaturas máximas e céu pouco nublado.