O agente da PSP de Ponte de Lima suspeito de pertencer a uma rede responsável por “dezenas de assaltos em residências, mas também a bancos e cafés no Minho”, numa lista da qual fazem parte os furtos às casas do cantor Delfim Júnior, em S. Paio de Jolda, Arcos de Valdevez, em abril, e do empresário bracarense Domingos Névoa, dono da Bragaparques, estará indiciado por fornecer informações ao grupo e não por participar diretamente nos assaltos, avança o JN na sua edição desta terça-feira.
Em tribunal, Carlos Alfaia entrou pelas traseiras e sem algemas, ao contrário dos outros suspeitos, e negou ter participado em qualquer crime, alegando estar deprimido há vários meses.
ATUALIZAÇÃO: Agente da PSP de Ponte de Lima suspenso por indícios de associação criminosa
O polícia, que também é músico, terá ainda afirmado que não conhece Delfim Júnior, o que o advogado do cantor confirma.
“O Delfim não conhece esse suspeito e nunca trabalhou com ele”, disse Germano Amorim ao jornal.
Através das redes sociais, vários colegas e amigos têm manifestado apoio ao agente, pessoa que descrevem como sendo incapaz de se envolver em atos desta natureza.
Em Ponte de Lima, o subcomissário da PSP disse que “caso [Carlos Alfaia] seja constituído arguido, ser-lhe-á instaurado um processo de averiguações disciplinares”.
Ainda de acordo com a notícia da edição em papel do JN, dois irmãos são suspeitos de liderarem o gangue, do qual farão parte oito homens e uma mulher, que começou a ser ouvido esta segunda-feira, no Palácio de Justiça, em Braga, após uma mega-operação da Guarda Nacional Republicana (GNR), que teve início no domingo, envolvendo mais de 200 militares, que fizeram 19 buscas domiciliárias, nomeadamente em Braga, Ponte de Lima, Vila Verde, Guimarães e Famalicão.
Os detidos chegaram ao Tribunal de Braga ao início da tarde de segunda-feira, em viaturas da GNR, mas até à noite apenas foi ouvido, em primeiro interrogatório judicial, o agente da PSP.
Os restantes suspeitos estão a ser interrogados esta terça-feira pela juíza de instrução criminal da Comarca de Braga.
Segundo O MINHO constatou a meio da tarde, no Palácio da Justiça de Braga, os interrogatórios decorrem à porta fechada, com escolta de diversos militares do Destacamento de Intervenção da GNR de Braga.
Como foi revelado esta manhã, pelo Comando Territorial da GNR de Braga, o grupo era “especialista” em estudar previamente as movimentações das residências a assaltar.
O capitão Bruno Rodrigues, que comandou as operações, afirmou a O MINHO, em Braga, que ainda decorrem diligências de busca e outras diligências para a investigação criminal.
Só depois de ouvidos todos os arguidos é que serão conhecidas as medidas de coação.
“É um processo muito extenso, vai ser seguramente muito demorado”, disse à Lusa um dos advogados no processo.