Esperava-se a afluência a Braga de centenas ou mesmo milhares de pessoas oriundas de vários pontos do distrito. Pelo menos, era o que pensavam os organizadores. Viriam de Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão. Mas ao Nó de Ínfias acorreram, apenas, cerca de 150 pessoas ou pouco mais. Mas conseguiram parar o trânsito no Nó rodoviário, um dos principais acessos à cidade, sobretudo para quem vem da zona sudeste do concelho ou chega pela Variante do Cávado, vindo de Vila Verde, de Amares ou de Ponte de Lima.
Os habituais mini engarrafamentos matinais não se deram hoje, e a via era um deserto. O corte estendeu-se à Variante à cidade, que fica logo ao lado, a que vem da saída da auto-estrada A3, Porto-Braga, e passa pelo túnel da estação ferroviária, a principal circular urbana de Braga.
A manif dos coletes amarelos não teve, até agora, e quatro horas depois do começo do protesto, pelas 6 horas da manhã, uma grande adesão. Trouxe, isso sim, grande perturbação a milhares de automobilistas, obrigados sair de casa mais cedo e a procurar vias alternativas, pelo centro da cidade, para poderem chegar ao trabalho, nomeadamente as que se dirigem diariamente para Guimarães, Vila Verde e Barcelos.
A PSP limitou-se a cortar o acesso à zona, postando dois carros e alguns agentes em vias que para ali confluem, não sendo visível a sua presença junto dos manifestantes. Há cerca de meia hora mandou retirar cerca de dez viaturas que tinha sido barradas à entrada de Braga, ou que pertenciam a manifestantes ou jornalistas.
A via ficou limpa e não chegam carros, dado que a PSP e a GNR os desviam antes de chegarem ao nó.
Avenida António Macedo. Vídeo: O MINHO
No local, os únicos veículos cuja passagem foi permitida foi a das ambulâncias, já que o Hospital fica a dois quilómetros do local de concentração.
Uma moto ainda tentou passar despercebida mas foi barrada e, na Variante aconteceu o mesmo a um ou outro carro isolado.
Os manifestantes, que vão aumentando com a chegada de retardatários esparsos, não traziam faixas de protesto, mas transportando uma ou outra bandeira nacional.
Os organizadores, munidos de megafone e de buzinas, foram prometendo que falariam à comunicação social, mas acabaram apenas por ler, com aplausos, um comunicado do Comando cional da PSP que dizia que o único corte legal de estrada, e que estava permitido, era precisamente o do nó de Ínfias.
Não gritaram palavras de ordem nem quaisquer outras alusivas ao protesto. E disseram que não falariam.
A situação manteve-se, pois, tranquila, sem grande aparato policial, e sem desacatos.
“Afinal não se passa” dizia um dos poucos mirones que se acercou do local, provavelmente à espera de cenas de violência e cargas policiais.
Apesar disso, um ou outro não se conteve e envolveu-se em palavras duras com manifestantes, dizendo-se contra o protesto, mas sem porrada: “Gostas de pagar 65 cêntimos de impostos na gasolina?”, retorquia um dos presentes, enquanto o mandava para uma daquelas partes, como é uso no Minho.