Francisco Mota, ex-líder da Juventude Popular (JP) de Braga e da JP Nacional, revelou hoje que está de fora da política ativa, depois de não ter sido escolhido pelos órgãos locais do CDS como um dos nomes elegíveis para o cargo de vereador na coligação Juntos Por Braga (PSD/CDS/PPM/Aliança), para as autárquicas que se realizam a 26 de setembro.
Antigo assessor do vereador Altino Bessa, com quem entrou em rota de colisão por altura das últimas eleições para a liderança do partido, Mota refere, em comunicado enviado às redações, que resolveu hoje anunciar a sua saída da política depois de ter sido contactado por “vários órgãos de comunicação social”.
Recentemente envolto em polémica depois de publicar nas redes sociais uma espécie de manifesto onde incentivava à invasão de instituições governamentais – e que depois disse, a O MINHO, tratar-se de ironia -, Mota evoca Adelino Amaro da Costa para salientar que a sua paixão por Braga “continua intacta e o compromisso com os bracarenses inviolável.”.
“Ao longo desta caminhada de mais de 14 anos, muitos foram os desafios, conquistas e derrotas, que me fizeram aprender e crescer. Nunca foi um percurso de solidão, tive o privilégio de ser ladeado por gente motivadora e inspiradora. A cada um deles terei sempre uma palavra de gratidão, reconhecimento e admiração. Estive, estou e estarei sempre mais pelo exemplo do que pelo exercício da imposição”, disse Mota, citado no comunicado.
Diz-se seguidor profundo da política “livre e de liberdade” com alicerces em valores “como a lealdade, frontalidade e solidariedade”, afirmando o “poder confiado” junto de cada “freguesia, autarca, associações, organizações, empresas e dirigentes”. Recorde-se que Mota reuniu uma lista com 1.200 assinaturas da sociedade civil de Braga que pediam a inclusão do na altura ainda conselheiro nacional do CDS. Hoje, já não o é, pois sentiu-se atraiçoado pelo atual líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, por este não ter tido uma palavra para criticar a forma como os candidatos de Braga foram escolhidos.
Em palavras dirigidas “aos bracarenses”, considera que “é na afirmação da democracia-cristã” que se resgata “a ação política, mas mais importante que isso”, devolver os pilares “liberdade, subsidiariedade, solidariedade e a justiça” à sociedade.
Apela ainda à mudança de “postura e atuação dos protagonistas políticos”, acusando os governantes de viverem “muito mais de acordo com as convicções do que com as conveniências” atados a “interesses obscuros”. “Este é um novo olhar sobre o velho mundo da política, porque se queremos mudar teremos que ser agentes de mudança”, considera.
Mota diz ainda que não se deve guardar rancor nem ódio a quem for desleal, mas não consente que “persigam, ameacem e condicionem a liberdade de sermos livres, porque ai passaremos da surdina a uma voz combativa, bélica e destrutiva em nome da dignidade e da verdade.”.
Finaliza afirmando que é “o momento dos bracarenses fazerem as suas avaliações, escolhas e decidirem em liberdade”.
“Um novo tempo ditará o nosso amanha colectivo e não abdicaremos de o influenciar, pois nunca deixaremos nas mãos de outros a decisão sobre o nosso futuro. Braga contará comigo, porque Todos temos uma paixão e a minha é Braga”, conclui a nota enviada à imprensa.