O Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados estranhou, sábado, o “modo precipitado e pouco cuidado” como está a ser feita a libertação de reclusos e acusou o Governo de falta de “zelo”.
As declarações à Lusa do presidente do Conselho Regional do Norte, Paulo Pimenta, não são corroboradas por toda a classe: “A maioria dos advogados está de acordo com a medida governamental. A libertação de alguns presos é um ato de defesa dos direitos humanos, da saúde pública, e em especial da vida dos guardas e dos próprios condenados”, disse a O MINHO o jurista bracarense João Magalhães.
Em sua opinião, a delegação nortenha da Ordem “devia seguir a prática de grandes advogados, como Sá Carneiro, Mário Soares e Álvaro Cunhal, os pais da democracia, na defesa dos direitos dos reclusos. O lema todos por todos, não pode excluir ninguém!”.
Já o jurista vimaranense Miguel Pedro Carvalho diz compreender a Ordem, quando esta sustenta que “houve precipitação” no processo, mas também entende que o Governo tenha querido evitar uma crise sanitária nas prisões: “O dilema, que não é de fácil resolução, é entre o equilíbrio da medida e o desespero dos guardas e dos presos”, diz.