Advogado e empresário acusados de burlarem treinador de Barcelos

Ministério Público
Foto: SL Benfica

O Ministério Público do Tribunal de Famalicão acusou o advogado Duarte Costa e o empresário de futebol Rodolfo Filipe Vaz do crime de abuso de confiança agravado, por alegadamente terem burlado os treinadores de futebol, Jorge Maciel, adjunto do Lille FC, Baltemar Brito e José Moreira.

O jurista, a viver em Setúbal, mas com escritório em Lisboa, está, ainda, acusado de um crime de burla qualificada, quatro de falsificação de documento e três de prevaricação de advogado.

Jorge Maciel, natural de Barcelos, comandou a equipa dos sub-23 do Benfica e é agora adjunto no Lille FC de França, onde foi campeão esta temporada.

O MP concluiu que os dois terão burlado os técnicos em 14 mil euros, de honorários e de traduções e, ainda, de 4 mil francos suíços (3240 euros), que lhes pedira de taxa de justiça da FIFA, para a entrada de uma petição contra o clube líbio All Itthiad Sports Cultural Club, de Tripoli.

Queixa nunca entrou na FIFA

Só que a queixa na FIFA nunca entrou, nem este organismo cobra taxas por ações semelhantes, as traduções não existiram e o advogado limitou-se a negociar com os líbios, à sua revelia.

Em 2013, a equipa técnica – com Baltemar Brito como treinador principal – aceitou convite para treinar o All Itthiad, função que assumiram durante quatro meses, tendo sido despedidos sem causa.

No All Itthiad, Jorge Maciel “preparava os jogos, apoiava o técnico principal na comunicação com os atletas e nas listas de convocados e de reforços e servia de escudo face à comunicação social”.

Em 2014, já em Portugal, através do Rodolfo Vaz, o trio contactou Duarte Costa que lhes pediu aquelas verbas e disse ter metido uma ação na FIFA, tendo mesmo, em dezembro, informado que o clube já teria sido citado para deduzir contestação. Em outubro de 2014 remeteu-lhe uma decisão favorável da FIFA, por e-mail, condenando o clube ao pagamento de 72 mil a Jorge Maciel, vindo, depois, a anunciar que fizera um acordo com os líbios por 65 mil euros. Que nunca chegaram. E a ‘decisão’ da FIFA era falsa.

Desconfiado, Maciel contratou o advogado João Magalhães, de Braga, e este concluiu que nada entrara na FIFA, tendo este organismo mundial dado, então, a primeira sentença obrigando o All Itthiad a pagar-lhe 45 mil euros. A FIFA mandou pagar 150 mil a Baltemar Brito.

Arquivada queixa de 65 mil

A queixa inicial dizia que os dois arguidos ficaram com os 65 mil euros que lhes foram pagos, em 2014, pelo clube líbio, a título de indemnização por despedimento. Mas o MP arquivou a denúncia por falta de provas.

Até agora, apenas entrou no Tribunal um pedido de indemnização cível, o de Maciel, que quer 23 mil euros, do dinheiro que lhes pagou, do dispêndio com o novo advogado e de danos morais.

 
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