Advogado de Braga suspeito de falsificar habilitações suspendeu atividade

“Entregou voluntariamente a sua cédula profissional”, adianta a Ordem

Luis Rufo, advogado suspeito de falsificar as habilitações académicas para exercer a profissão ao longo de 30 anos, “requereu a sua suspensão” da advocacia e “entregou voluntariamente a sua cédula profissional”, informou esta terça-feira a Ordem dos Advogados (OA)

“Frise-se que com a entrega e respetiva suspensão da cédula profissional de advogado, o mesmo fica impedido de qualquer prática profissional até que todos os factos relatados pela comunicação social sejam investigados e comprovados junto das instâncias competentes”, salienta a OA, em comunicado.

“O Bastonário da OA, Luís Menezes Leitão, espera assim que esteja reposta a confiança que a cédula profissional de advogado, documento emitido pelo Conselho Geral da Ordem e assinado pelo seu Bastonário, deve merecer aos cidadãos e à sociedade em geral”, pode ler-se ainda.

A OA “considera este caso de extrema gravidade” e “reitera que tudo fará para que a legalidade seja reposta e, caso se comprove a desconformidade do título para o exercício das funções do advogado visado, irá tomar as competentes providências a nível criminal e disciplinar, no quadro das competências que o Estatuto da Ordem dos Advogados reserva ao Conselho Geral da Ordem”.

Como O MINHO noticiou, Luís Rufo, um dos advogados mais famosos de Braga, é suspeito de exercer a advocacia, sem nunca ter estado habilitado para o efeito, ao longo dos seus 30 anos de atividade profissional.

Segundo o semanário Nascer do Sol, Luís Rufo terá falsificado as certidões de todas as disciplinas do curso de licenciatura em Direito, a partir de uma única que completara, História do Direito Português, onde obteve onze valores, na Universidade de Coimbra, falsificando-as.

Sempre através de fotocópias, alegadamente truncadas, certificadas num notário de Ponte da Barca, cada uma com o nome de todas as “cadeiras” do curso, que concluiria, na Universidade Portucalense, do Porto, após frequentar a Universidade Livre, logo encerrada.

Luís Manuel Rodrigues Gonçalves Rufo, de 67 anos, é natural da freguesia da Areosa, em Viana do Castelo, onde nasceu a 8 de março de 1955, tendo desde sempre escritório em Braga, o último dos quais e atualmente na zona de Santa Tecla, junto ao Palácio da Justiça.

Até maio de 2020, Luís Rufo foi durante oito anos provedor da Irmandade de Santa Cruz, instituição bracarense fundada em 1581, na ocasião denominada Confraria do Bom Jesus de Vera Cruz, além de ter sido investido, em 2014, Cavaleiro da Ordem dos Templários.

 
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