A advogada de Braga, Anabela dos Santos Nogueira, de 39 anos, chegou a acordo na Unidade Cível do Tribunal local, com os proprietários de um prédio em São Vítor, Braga, vendido sem conhecimento dos donos por 52 mil euros.
O juiz homologou o acordo entre as partes, mediante o qual a jurista assume as culpas do caso, diz que foi ela quem forjou uma procuração falsa – com recurso à assinatura de uma colega de escritório, que nada sabia da burla – e concorda com a anulação dos registos. Os donos assumem que o caso ficou sanado e comprometem-se a nada pedir a título de indemnização no processo-crime em que o Ministério Público de Vila Nova de Gaia a acusou de um crime de burla qualificada, por ter sido num cartório notarial da zona que a escritura se realizou.
Anabela Nogueira tem vindo a dizer que as alegadas burlas em que se envolveu se deveram a um período difícil da sua vida e que vai resolvê-las a todas, para que “ninguém fique prejudicado”.
Com a acusação de Gaia, que envolve também o ex-marido, a advogada passa a ter de se defender da prática de 66 crimes, 23 deles de burla qualificada por ter vendido bens imóveis de clientes, sem sua autorização e com recurso a procurações e outros documentos falsificados. A burla, que atingiu 23 pessoas – a maioria delas emigrantes – atinge 1, 1 milhões de euros.
Em 2016, Anabela dos Santos Nogueira suspendeu a inscrição na Ordem dos Advogados, mas retomou a atividade em 2018, com escritório em Barcelos.