Declarações dos treinadores após o Arouca-Gil Vicente (2-1), jogo da 28.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Municipal de Arouca:
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Entrámos bem na primeira parte, a circular, a criar espaço contra uma equipa baixa e bem orientada, tivemos duas situações, uma delas extremamente perigosa em que o Fujimoto podia ter feito golo ou passar e colocar-nos à frente.
Tivemos muito volume de jogo e controlo, mas na primeira parte não tivemos muitas oportunidades, os espaços estavam lá, mas pecámos no último terço. Ficámos em superioridade numérica, ao intervalo conversámos e sabíamos que teríamos que ter paciência e equilíbrio posicional.
Entrámos bem, tivemos bola, criamos espaço, o Fujimoto falhou um golo incrível perto da linha de golo e na primeira vez que o Arouca foi à nossa baliza ficou à frente do marcador. Houve uma reação, mas sofremos o segundo golo e, em termos mentais, não estava à espera que a equipa caísse, havia muito tempo para jogar, queríamos manter certos comportamentos, demorámos a manter a coesão e consistência. Depois das alterações voltámos ao jogo, mas não se pode falhar tantas e tão boas oportunidades de golo.
Mérito a quem teve menos um jogador e a quem trabalhou imenso numa fase difícil, na posição em que está no campeonato e consegue ir buscar forças, admiro estas equipas, é preciso dar os parabéns ao Arouca.
O segundo golo teve peso. Percebo mais que ninguém os meus jogadores, mas foi uma surpresa a queda que tivemos entre 10 a 15 minutos para entrar no jogo, saímos do nosso registo. Mas isso é natural de uma equipa habituada a ganhar, está a perder 2-0 e tem uma ambição grande, mas há um método para lá chegar e este seguramente não é o melhor.
Nos últimos 15 minutos em que fomos Gil Vicente, criámos várias oportunidades e se o golo entra mais cedo o resultado seria outro. Estou surpreendido pela falta de equilíbrio momentânea, mas eu é que sou o responsável, seguramente não estive ao meu nível para colocar os jogadores ao nível que faltou hoje e fomos penalizados por isso.”
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Era um jogo importante, como todos. Este com algum caráter de maior relevância, em nossa casa, uma vitória que nos fugia há algum tempo, havia essa necessidade de voltar a trazer esse conforto e oferecer uma vitoria à massa associativa para acreditarem nesta equipa. Todos somos poucos nesta casa e a massa associativa faz parte do nosso grupo.
É uma vitória importante pela situação na tabela classificativa, pela motivação que traz ao grupo, para o estado anímico e a confiança. Por isso foi um jogo capital, em que poderíamos tirar muitos dividendos e espero poder capitalizar esta vitória.
A jogada [da expulsão do David Simão] é uma jogada em que ele tem vontade de ficar com a bola. Se fosse uma cotovelada com a bola longe ou a insultar aí teria uma advertência e não seria pequena. Houve alguma infelicidade, tentou encolher a perna e atingiu o adversário ao deslizar. Foi o querer ganhar a bola e o calor do jogo que levou à expulsão, não me parece que seja motivo de advertência. Não estou a dizer que não é bem expulso, estou a dizer que é um lance normal.
A confiança é também [resultado de] trabalho, esta paragem fez-nos muito bem nesse aspeto. O segundo golo é fantástico, não vou procurar valorizar a equipa técnica, é um momento de inspiração de um jogador que numa fração de segundos consegue dominar, vê o posicionamento do guarda-redes e é feliz no golo.
Sofremos muito, o Gil Vicente teve muitas bolas próximas da nossa área, tivemos uma pontinha de sorte, se estivesse do outro lado estaria a queixar-me disso. Quando somos positivos e trabalhamos, normalmente a sorte tende para o nosso lado e a confiança começa a vir ao de cima, foi isso que aconteceu”.