Um investimento, já em curso, de 10,5 milhões de euros na rede de abastecimento de água de Viana do Castelo vai servir mais 1.200 fogos do concelho, foi hoje divulgado pelo presidente da Câmara, que considera que a adesão à Águas do Alto Minho era para “o futuro” da população.
Segundo o socialista José Maria Costa, citado numa nota enviada às redações, “5,7 milhões de euros serão investidos no abastecimento de água em alta, para construção de reservatórios e adutoras, e 2,4 milhões de euros na eficiência hídrica”.
“Estamos a falar de obras concluídas ou em curso. Este é um projeto para assegurar o futuro”, sublinhou o autarca durante a inauguração dos Sistemas de Abastecimento de Água em Alta e Baixa na freguesia de Deocriste.
Segundo o autarca, no final do presente mandato eleitoral “a taxa de cobertura de abastecimento de água será de 95% e a de saneamento básico rondará os 76 a 78%”.
“Estamos a aproximarmos dos indicadores e das metas europeias”, referiu.
A obra hoje inaugurada, na presença da secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, resultou, de acordo com José Maria Costa, de uma “verdadeira parceria entre o Estado central e a administração local para a resolução de problemas”.
“Aderimos à Águas do Alto Minho (AdAM) com a perceção clara de que estávamos a aderir ao futuro da nossa população. Não há sistemas perfeitos, nem empresas perfeitas. Sempre houve e haverá erros, como de resto acontecia quando o serviço era garantido pelos serviços municipalizados de Viana do Castelo. O que não podia era manter-se o mesmo nível de reclamações. Hoje temos novos sistemas informáticos e de leituras de consumos para garantir o vínculo de confiança com os cidadãos”, disse o autarca.
Inês dos Santos Costa realçou os investimentos em curso no concelho e no distrito de Viana do Castelo, quer em alta, através da Águas do Norte, quer em baixa, da responsabilidade da AdaM.
“São esforços que estão no terreno, que as pessoas podem constatar ‘in locco’. Às vezes os problemas ganham uma certa dimensão e atração, mas também é importante celebrar os bons resultados e ações no terreno”, observou.
O presidente executivo da Águas do Alto Minho (AdAM), João Neves, disse que aquela obra representa o “campeonato” em que a empresa supramunicipal “gosta de jogar”.
“Vamos entrar a jogo para fazer aquilo que fazemos melhor, que é operar o sistema de abastecimento de água. Estão programados investimentos de 36 milhões de euros nos sete municípios que pertencem à AdAM”, referiu José Neves, citado no documento.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau” funcionamento dos serviços.
Daquele montante global, “14 milhões de euros destinam-se à eficiência hídrica, com o objetivo de melhorar a rede que já existe, reduzir perdas e melhorar a qualidade da água, e 21 milhões de euros a expansões de rede e aumento das taxas de cobertura”.
A cerimónia de inauguração dos sistemas de abastecimento de água em alta e baixa em Deocriste era, segundo o autarca David Veiga, “um anseio da população há quarenta anos, que vai beneficiar 300 fogos da freguesia”.