Os dois adeptos do Vitória SC acusados pelo arremesso de potes de fumo na direção de agentes da PSP, dentro do Estádio do Braga, em 2019, foram absolvidos, pois os próprios polícias desmentiram todos a acusação do MP de Guimarães, que lhes imputava por analogia um alegado crime de detenção de arma proibida.
Os arguidos, de 37 e 45 anos de idade, ambos naturais e residentes em Guimarães, eram acusados pela 1.ª Secção do DIAP de Guimarães, de na tarde de 09 de março de 2019, em Braga, em jogo com o Vitória SC, terem arremessado dois potes de fumo, “um verde e um vermelho”, o que ambos assumiram logo na ocasião, pois os agentes da Secção Cinotécnica da PSP não sabiam a origem dos potes e caso contrário nunca a conheceriam.
No julgamento, que decorreu no Palácio da Justiça de Braga, os agentes da PSP referiram que “o arremesso não foi na direção da polícia, nem sequer foi colocada em perigo a vida ou a integridade física de quem quer que fosse”, pelo que se impunha a absolvição total.
O Tribunal Criminal de Braga constatou que afinal “os dois potes de fumo deflagrados destinam-se a ser utilizados em áreas confinadas, para fins de entretenimento, apresentando risco muito baixo e nível de ruído insignificante”.
O juiz-presidente, Paulo Jorge Rodrigues, é um dos magistrados da Comarca de Braga com maior experiência nos verdadeiros problemas gerados pelas claques desportivas, pois acompanhou já a PSP, em jogos de futebol, não só, mas também, em Guimarães e Braga.
O advogado Pedro Miguel Carvalho disse a O MINHO que os seus “constituintes foram muito bem absolvidos, pelo Tribunal de Braga, pois não havia qualquer fundamento para toda esta perseguição penal de que foram alvo, constituindo mais um dos episódios que têm origem na postura persecutória por parte do Ministério Público e da Autoridade para Prevenção e Combate à Violência do Desporto (APCVD) sabendo que o comportamento não era, nem podia ser punível, mas deduzindo acusação pública, igualmente, pelo que tiveram de sujeitar-se a julgamento, desnecessariamente. Mas desta vez foi feita justiça”.