Adeptos do SC Braga absolvidos por incidentes com rivais do Vitória

Por falta de provas
Foto: PSP

Os onze adeptos do SC Braga acusados por arremesso de objetos contra rivais do Vitória SC e à PSP, num jogo disputado em janeiro deste ano, foram todos absolvidos, mas apenas por falta de provas, numa sentença com críticas do juiz à violência que campeia no futebol e louvores à atuação dos chefes e dos agentes da PSP que ali impediram o pior cenário.

Em causa estavam as ações de cerca de 30 “casuals” conotados com a claque “Red Boys”, do SC Braga, que ao início da noite, em 06 de janeiro de 2024, atacaram adeptos do Vitória SC, ainda antes do início do jogo da Liga, em Braga.

O caso foi considerado mais grave, pois além da já habitual picardia entre os arquirrivais, extravasou-se o arremesso de objetos aos adversários, contra os agentes da autoridade e danos nas viaturas policiais.

As pedras, garrafas e artigos pirotécnicos, estes mais conhecidos por “fachos de mão”, foram de início arremessados em direção a vários grupos distintos de adeptos do Vitória SC, mas depois contra os agentes da PSP que protegiam os agredidos.

“Perante aquele cenário, a Polícia de Segurança Pública respondeu com uso de bastões e a realização de disparos com munições não letais, com o objetivo de dissuadir aquele grupo”, segundo os factos considerados provados no Tribunal Criminal de Braga.

“Ao depararem-se com esta resposta da PSP, o grupo de adeptos da equipa visitada, onde se incluíam os aqui onze arguidos, começou a fugir em sentido oposto, tendo os onze arguidos sido intercetados na Rua de Remelhe, a qual entronca com a Avenida Olímpica”, explica-se na sentença absolutória, em Braga, ao fazer o enquadramento, num juízo de prognose póstuma.

Entre os danos causados com o arremesso de objetos perigosos lançados contra os polícias da Equipa de Prevenção e Reação Imediata (EPRI) da PSP destacam-se uma moto e dois capacetes de agentes desta subunidade de intervenção da PSP de Braga.

“Os agentes do Comando da PSP de Braga apenas não sofreram ferimentos na cabeça por força dos objetos arremessados pelo grupo onde se incluíam os arguidos, por naquele momento estarem a utilizar os respetivos capacetes”, segundo o magistrado.

“Só por mero acaso nenhuma dessas pedras, garrafas e artefactos pirotécnicos arremessados veio a atingir com gravidade qualquer outra pessoa, pois a maioria desses objetos vieram a cair precisamente no meio do grupo de adeptos da equipa visitante, que se foram desviando e protegendo da forma que lhes foi possível”, segundo afirmou o juiz, Emídio Rocha Peixoto.

“Este episódio gerou ainda alarme e inquietude entre os populares e demais adeptos que, naquele momento, se encontravam na zona e que também se encaminhavam para assistir ao jogo”, pode ler-se na sentença proferida pelo Tribunal Criminal de Braga.

 
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