Adeptos de Flamengo e Athlético Paranaense em Braga confiantes no título da Libertadores

Clubes brasileiros decidem o torneio este sábado no Equador

Flamengo e Athletico Paranaense defrontam-se na noite deste sábado no Equador, a partir das 21 horas (horário de Portugal Continental), em jogo a contar para a final da Taça Libertadores, e a partida está a movimentar os adeptos dos dois clubes em Braga. Como os flamenguistas são estimados em 46 milhões, contra 1 milhão de athleticanos, os rubro-negros cariocas são mais fáceis de encontrar no Minho.

Enquanto O MINHO encontrou cinco adeptos do Furacão residentes em Braga, um único flamenguista representa um grupo que já conseguiu reunir cerca de 2700 pessoas na Praça do Município durante a final da Libertadores de 2019, ano que foi criada a Embaixada Fla-Braga. Apesar da diferença de números o nível de ansiedade é bem semelhante.

“Acompanho todos os jogos, sou de Curitiba, ia a quase todas as partidas quando vivia lá. A ansiedade está muito grande, e nós sempre acreditamos. O Flamengo é favorito, mas após a final deles da Taça do Brasil frente ao Corinthians e a nossa meia-final da Libertadores contra o Palmeiras, percebemos que podemos vencer mesmo as melhores equipas”, disse o desenvolvedor de software Guilherme Mori, de 26 anos, há cerca de quatro meses na cidade, e que adoptou o SC Braga como a sua equipa em Portugal.

Outro adepto do Furacão e mais velho que Guilherme, o advogado Adriano Albuquerque, que vive em Portugal há cerca de cinco anos, mas chegou a Braga apenas em julho, demonstra um nível de confiança maior e aponta os motivos.

“Eu nunca imaginei que chegaríamos na final. Mas estou muito confiante, muito. Sempre que o Athlético é favorito, perde. Temos o Scolari, um estrategista. A meia-final foi há um mês, e o clube está a estudar o Flamengo, na final da Taça do Brasil, não fiquei impressionado com o Flamengo. O Flamengo é bem melhor, mas é uma única partida, tudo pode acontecer”, disse o curitibano de 51 anos, que ao contrário de Guilherme, até vai a jogos do SC Braga, gostou dos adeptos, mas só encontra espaço no seu coração mesmo para o Furacão.

Os athleticanos Adriana Marques, ao lado de Adriano Alburquerque com a sua esposa, Fabiana, e a filha, Helena. Foto: Arquivo pessoal
Guilherme Mori, adepto do Athlético Paranaense. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, se depender do número de adeptos em Braga, o Flamengo está na frente. O carioca Eduardo Rocha, de 57 anos e há cinco em Braga, lembra que a sua paixão pela equipa treinada por Dorival Júnior nasceu quando vivia ao lado do Maracanã, onde o Mengão manda os seus jogos, e frequentava o estádio mesmo em jogos de outros clubes, pois era liberado a partir da segunda parte, e até tem tatuagens do clube do seu coração, do grande ídolo da equipa, Zico, e dos seus filhos a entrar no relvado do mítico “Maraca”.

Depois de imigrar, encontrou centenas de adeptos que partilham da sua paixão. Para organizar tudo, Fabiano Duarte fundou a Fla-Braga, que hoje tem Eduardo como o presidente, e que leva o cargo de Embaixador do Flamengo na cidade.

“Há muito trabalho para a parte social. Não há obrigação de sócios, é mesmo tudo pelo Flamengo, tudo na ‘raça’. A minha rotina, enquanto presidente, é cansativa, preciso fazer todo o planeamento, arrumar os materiais, cumprir as demandas do clube, organizar os locais para vermos os jogos, etc..”, explicou Eduardo, que organiza reuniões dos adeptos para acompanharem os jogos, mesmo os que começam pelas 01:45 da madrugada.

“Depende da importância do jogo. A média de jogos sem importância são de 20 ou 30 pessoas, nos mais importantes, cerca de 100 pessoas. Na final de 2019 foram 2700, no ano passado, em Atiães, cerca de 500”.

Eduardo Rocha, presidente da Fla-Braga. Foto: Arquivo pessoal
Encontro da Fla-Braga durante a final da Taça do Brasil. Foto: Divulgação

Em Portugal são quatro embaixadas do Flamengo, há ainda no Porto, em Lisboa e em Cascais. Se o Rubro-Negro carioca vencer, Eduardo explica até que todas elas podem até organizar uma reunião para acompanharem o Mundial de Clubes.

Scolari

Cada adepto tem a confiança no seu clube. No entanto, todos concordam que Luiz Felipe Scolari, treinador do Athlético Paranaense, vai ser uma figura central na partida.

“O Flamengo tem uma equipa superior individualmente e coletivamente. Mas o Scolari é muito experiente nestes jogos, não vai jogar de igual para igual, vai esperar determinadas oportunidades, ou até para o empate e decidir nos penáltis, e sem dúvida o resumo é este: se o Athlético tem chance, é por causa do Scolari”, disse o flamenguista Eduardo.

Luiz Felipe Scolari, ex-treinador da Seleção Nacional. Foto: Athletíco Paranaense

Guilherme Mori, que acompanha todas as partidas do Athlético, lembra que “Felipão” chegou há pouco tempo no clube, mas que conseguiu causar impacto rapidamente.

“Há cinco meses não tinha como acreditar que o Athlético estaria na final. Os treinadores anteriores não estavam bem, não dava para ter muita confiança. O Scolari chegou, organizou a casa, uniu o grupo novamente, foi trabalhando do jeito dele, acreditou nos jogadores”, explicou.

Adriano Albuquerque, de uma geração mais antiga que Guilherme, recorda que viveu momentos mais difíceis do clube, a disputar até mesmo o terceiro escalão do futebol brasileiro. Mas também lembra de quando a equipa de 2005 perdeu a final da Libertadores frente ao São Paulo, numa decisão a duas mãos em que o Athlético não conseguiu a liberação para jogar no seu estádio, por causa da capacidade. E agora, chegou novamente a oportunidade de levantar o troféu.

“Eu recordo de 2005 com muita revolta, a equipa estava muito boa, era incrível. O Athlético não iria perder em casa, então foi muito ruim, foi traumático, nunca vamos esquecer, aquele título era nosso”.

A final vai ter lugar Estádio Monumental, em Guaiaquil, maior cidade do Equador. O Flamengo, vencedor em 1981 e 2019, busca o seu terceiro título, enquanto o Athlético Paranaense chegou a uma final e perdeu frente ao São Paulo em 2005.

 
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