Declarações dos treinadores após o jogo Vitória SC – Vitória de Setúbal (2-0), da 29.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Guimarães:
Ivo Vieira (treinador do Vitória SC): “Esta retoma não foi benéfica naquilo que foram os resultados e a qualidade da equipa, por responsabilidade minha. Após quatro jogos sem conseguir amealhar três pontos, era fundamental conseguir uma vitória. Conseguimo-lo de forma esclarecedora. Fomos a melhor equipa em campo e o resultado de 2-0 espelhou isso. Acredito que hoje será o dia da viragem na qualidade e nos resultados da equipa.
Não é fácil estarmos a contextualizar o rendimento da equipa, devido a esta paragem. Há jogadores que, mesmo após o reatamento do campeonato, tiveram algumas mazelas e mialgias, o que fez com que não pudessem competir quando os jogos chegaram, como o André André. Mas a equipa deu uma resposta cabal no domínio do jogo, na procura do golo, nuns momentos com mais qualidade, noutros com menos.
Qualquer treinador faz ‘mexidas’ para acrescentar. Hoje, conseguimos lançar um atleta que conseguiu fazer um golo [Ouattara]. No passado, foram uns. No futuro, podem ser outros. Os jogadores mostraram compromisso e é isso que se pede nos jogos e nos treinos.
Não tivemos jogos, nem teremos jogos fáceis. A vitória contra outro histórico [Vitória de Setúbal] traz moral. Vamos continuar a perseguir o objetivo de forma natural. Não vamos desistir enquanto for matematicamente possível.
[O rendimento exibido por Marcus Edwards] tem a ver com a instituição em si, Vitória, com o treinador que recebe e consegue perceber o atleta e também com a proteção que o grupo faz sobre o atleta. O Marcus é um jogador que faz coisas maravilhosas com bola, mas há aspetos do jogo em que pode melhorar. Ele foi crescendo ao longo dos 47 jogos de competição que já temos. Pode ser uma mais-valia em termos financeiros para o clube, mas há outros [jogadores que também podem]. Os jogadores estão a ser rentabilizados e isso faz parte da minha função. Mas o rendimento é, sobretudo, mérito dos jogadores e do plantel.
[A gravação de uma conversa privada em que o treinador esteve envolvido] é uma questão que está entregue ao departamento jurídico”.
Julio Velázquez (treinador do Vitória de Setúbal): “Neste momento, todos os jogos são de capital importância. Estávamos a fazer algumas coisas bem e muitas coisas mal. Sou o máximo responsável [da equipa]. Hoje, vi as declarações de antevisão do treinador do Gil Vicente [Vítor Oliveira], e há coisas que não estão bem feitas. Não podíamos pensar que a manutenção estava conseguida. Estamos numa dinâmica má, com jogos de três em três dias.
Há situações que, emocionalmente, nos custam. O Leandrinho, quando é expulso, não vê o jogador do [Vitória de] Guimarães. Achei o vermelho exagerado. Dói muito. Mas temos de trabalhar mais. Houve jogadores que trabalharam de forma excecional, mas não fomos equipa o suficiente. Estamos a fazer as coisas mal, dentro e fora de campo. Não estamos no caminho certo.
Poderíamos ter conseguido um ponto ou três pontos, porque o jogo estava equilibrado. O adversário faz um golo contra a corrente, algo que já aconteceu com o Santa Clara [empate 1-1] e com o Boavista [derrota por 3-1]. Há equipas que estão a lutar connosco em dinâmica ascendente e nós estamos em dinâmica descendente.
Neste jogo, temos de jogar 90 minutos 11 contra 11. Não conseguimos jogar os 90 minutos 11 contra 11. Mas são situações que acontecem no futebol, com várias equipas. Quando uma equipa está com imensos problemas, é ainda pior.
Para conseguirmos o nosso objetivo, como outras sete equipas da I Liga, temos de correr mais do que o adversário durante 97 minutos. A partir daí, há situações difíceis que nos têm acontecido nos últimos jogos não são por acaso, por razões emocionais.
Não é uma questão de trabalho mental [para recuperar a equipa para o próximo jogo, com o Paços de Ferreira]”.