Os trabalhados de escavações arqueológicas no Canal Intercetor de Esposende, que prosseguem neste mês de maio, têm permitido recolher artefactos líticos talhados (ferramentas de pedra lascada), atribuídos ao denominado tecno-complexo Acheulense, fazendo recuar a ocupação humana no território de Esposende a 300 mil anos, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a autarquia revela que “os dados obtidos sugerem que estas peças terão sido produzidas numa antiga praia, que se encontra a cerca de um quilómetro da atual linha da costa e 13 metros acima do nível do mar”.
“Esta premissa documenta os sucessivos avanços e recuos do oceano, durante a época da história da Terra denominada Pleistoceno”, acrescenta o comunicado.
Os trabalhos arqueológicos, realizados com o apoio do Município de Esposende, são coordenados por Sérgio Monteiro-Rodrigues, do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e contam com a participação de estudantes de licenciatura e de mestrado desta mesma instituição, bem como da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Contam igualmente com a colaboração de Alberto Gomes (Geografia/Geomorfologia – FLUP) e da equipa técnica do Serviço de Património Cultural (Município de Esposende), para além do apoio logístico, técnico e de equipamentos da autarquia.
“Todo o investimento do Município contribui para o cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, nomeadamente a valorização da diversidade cultural e a contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável, assim como a consolidação dos esforços para proteger e salvaguardar o Património Cultural”, conclui a autarquia.