O Sindicato da Hotelaria do Norte promoveu, esta quinta-feira, em pleno centro de Viana do Castelo, uma ação de “protesto e denúncia pública” dos salários baixos e da precariedade com que se confrontam os trabalhadores do setor.
“Os trabalhadores há cinco anos consecutivos que não têm aumentos salariais. A associação patronal recusa-se a negociar aumentos de salários. Os salários são muitos baixos. Depende dos estabelecimentos, mas, em média, os trabalhadores levam para casa menos de 500 euros”, afirmou Francisco Figueiredo, dirigente do sindicato.
O sindicalista, que falava no âmbito de mais uma jornada de luta realizada junto à pastelaria Natário, em pleno centro histórico de Viana do Castelo, referiu que a ação pretende ainda alertar para “o trabalho ilegal e clandestino”.
“Estes trabalhadores não fazem descontos para a Segurança Social e ficam sem qualquer proteção em caso de doença ou desemprego. Há ainda as jornadas de 10 e 12 horas diárias, e as empresas que não respeitam as carreiras profissionais, o regime de diuturnidades, entre outros direitos”, disse.
A ação, inicialmente agendada para as 09h00 e adiada para o início da tarde desta quinta por causa da chuva, contou com a participação de quatro equipas de sindicalistas que distribuíram informação aos transeuntes para “chamar a atenção” para estes problemas.
Paralelamente decorreu a recolha de assinaturas para um abaixo-assinado que o sindicato vai enviar em setembro à Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT), reivindicando aumentos salariais no setor.
“O setor turístico está a crescer, sucessivamente, desde 2013. Não podemos aceitar que o crescimento enorme da hotelaria não se traduza em aumentos salarias. O Governo desceu o IVA de 23% para 13%, as empresas não reduziram os preços ao cliente, pelo contrário, mas não aumentaram os salários aos trabalhadores. Não puseram cobro à precariedade”, sustentou.
A jornada de luta, que começou em meados de julho no Porto, esteve esta quinta-feira em Viana do Castelo e vai realizar-se na sexta-feira em Braga, sendo que o objetivo é percorrer toda a região Norte.
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