Abordagens para “cheirar perfumes” levam ‘outlet’ de Vila do Conde a reforçar segurança

Foto: DR / Arquivo

Uma cliente do Vila do Conde Porto Fashion Outlet queixa-se de ter sido abordada no parque de estacionamento por um homem de “aspeto duvidoso” que lhe tentou impingir perfumes. O espaço comercial adiantou que vai reforçar a segurança. O caso é similar aos noticiados por O MINHO em setembro do ano passado, quando foram lançados alertas nas redes sociais para homens que abordavam mulheres junto a superfícies comerciais, tentam vender-lhes perfumes, pedindo-lhes para os cheirar, o que as deixaria inconscientes para as raptar. Na altura, as autoridades salientaram ao nosso jornal que, em nenhuma situação, havia indícios que o intuito de quem tenta vender esses perfumes, habitualmente contrafeitos, fosse raptar as vítimas.

O caso voltou às redes sociais nos últimos dias devido à publicação de uma empresária de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, que diz ter sido abordada no parque de estacionamento do ‘outlet’ de Vila do Conde.

“Estava de porta aberta, preparada para tirar as coisas para sair, quando um carro pára mesmo em frente ao meu, quase a travar a minha passagem. Perguntou-me se eu era da zona e eu disse que não. Então ele começou com um discurso a dizer que também não era, que tinha estado a fazer uma demonstração no NorteShopping e que andava à procura de pessoas para entregar os produtos que lhe tinham sobrado. Um discurso mesmo absurdo. Ele disse-me que estava a dar perfumes e perguntou-me se eu não queria cheirá-los. Aí lembrei-me de muitas coisas que leio, de pessoas que são drogadas. Naquele momento comecei a tremer por todos os lados”, conta Sílvia Pinto Pereira.

Centro comercial denunciou às autoridades

A empresa escreveu ainda que vai “denunciar a situação à PSP da zona” e que recebeu “muitos relatos de pessoas a quem aconteceu o mesmo”. E acrescentava, por escrito, na publicação: “Também me disseram que era mesmo um esquema e que a seguir o que pode suceder é roubo ou rapto para escravidão sexual que normalmente abordam maioritariamente mulheres sozinhas e que em algumas situações fazem-se acompanhar de uma mulher para a situação ser mais credível”.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o diretor de operações do Vila do Conde Porto Fashion Outlet confirma que a segurança do espaço foi reforçada e que as autoridades foram alertadas para o sucedido.

“Apesar de a gestão do centro ser alheia a este tipo de ações, a segurança e o bem-estar dos nossos visitantes são uma prioridade. Embora seja um esquema já antigo de vendas de produtos, não é habitual ser relatado no espaço de estacionamento do centro”, assegura João Paradela, que entrou em contacto com a cliente no dia em que o vídeo foi publicado.

Em setembro do ano passado surgiram vários alertas similares no Minho

Este esquema de venda de perfumes contrafeitos junto a superfícies comerciais tendo como alvo sobretudo mulheres já tinha sido noticiado por O MINHO em setembro do ano passado.

Na altura, surgiram muitos alertas nas redes sociais de diferentes concelhos: Guimarães, Esposende, Braga ou Vila Verde, eram apenas alguns exemplos.

Os alertas diziam que os homens pediam às mulheres que cheirassem os perfumes o que as deixaria inconscientes para as raptar.

No entanto, apesar dos muitos alertas e experiências contadas supostamente na primeira pessoa por alegadas vítimas, o certo é que nos distritos de Braga e Viana do Castelo, à época, não houve qualquer queixa que fundamente os alertas, nomeadamente a parte criminal mais grave, que é a eventual intenção de rapto. Ou seja, ao que O MINHO apurou junto de autoridades, há quem venda perfumes, mas em nenhuma situação há indícios que o façam para tentar deixar as pessoas inconscientes e raptá-las.

Nada indicia tentativa de rapto

A única situação parecida com o que era relatado nas redes sociais fora registada pela GNR em Vizela naquela altura. Após denúncia, os militares da GNR identificaram dois indivíduos de nacionalidade espanhola que estavam a vender perfumes que se assemelham aos de marcas conhecidas. No entanto, frisou fonte oficial a O MINHO, nada indicava que o faziam para raptar.

Fontes oficiais da PSP de Braga e de Viana do Castelo confirmaram, nessa altura, a O MINHO, que não receberam qualquer queixa formal relacionado com os alertas.

Também a GNR de Viana do Castelo notava que, apesar de ter identificado a proliferação desses ‘posts’ nas redes sociais, não recebeu qualquer denúncia.

 
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