Abel Ferreira felicitou Artur Jorge por ter conquistado o campeonato brasileiro.
Os dois ex-treinadores do SC Braga, atualmente ao serviço do Palmeiras e do Botafogo, respetivamente, lutaram até à última jornada pelo título.
“Quando uma equipa é melhor do que o Palmeiras, como foi o Botafogo, eu só tenho de vir aqui e parabenizar“, afirmou Abel Ferreira.
E acrescentou: “Eu gostaria que as minhas palavras fossem para John Textor. Dar os parabéns pela bela campanha ao meu conterrâneo Arthur Jorge que foi magnífico, ao capitão deles também“.
Uma vitória na receção ao São Paulo (2-1), da 38.ª e decisiva jornada, bastou ao ‘fogão’ para reeditar as conquistas de 1968 e 1995, ao garantir no primeiro lugar, com 79 pontos, seis acima do ‘vice’ Palmeiras, que perdeu em casa com o Fluminense (1-0) e não conseguiu dilatar o recorde de campeonatos (12), acentuado com Abel em 2022 e 2023.
Invertendo o desfecho da época passada, quando esteve em boa posição para se sagrar campeão, mas foi superado de forma dramática pelo Palmeiras na ponta final, o Botafogo tinha subido em definitivo à liderança isolada com um triunfo na casa do ‘verdão’ (3-1), na 36.ª e antepenúltima ronda, e igualou agora os três títulos do Internacional e do Atlético Mineiro.
O emblema do Rio de Janeiro tornou-se também o terceiro a arrebatar o Brasileirão e a Taça Libertadores na mesma temporada, ao repetir os feitos do Santos (1962 e 1963), alicerçado nos golos de Pelé, e do Flamengo (2019), então comandado por Jorge Jesus.
A principal prova sul-americana de clubes foi conquistada de forma inédita pelo Botafogo em 30 de novembro, fruto de uma vitória sobre o Atlético Mineiro (3-1), em Buenos Aires, na Argentina, tendo o ‘fogão’ resistido à expulsão de Gregore na primeira jogada dessa final 100% brasileira.
Artur Jorge, de 52 anos, consumou, assim, os maiores êxitos da sua carreira técnica na primeira experiência fora de Portugal, de onde tinha saído em abril, quando terminou a segunda passagem pela equipa principal do Sporting de Braga (2020 e 2022/2024), logo após o êxito na Taça da Liga, chegando ao Brasil depois do campeonato estadual carioca.
Pela quarta ocasião em seis anos, o escalão principal do maior país da América do Sul consagrou um treinador português, numa senda iniciada por Jorge Jesus ao serviço do Flamengo (2019) e prosseguida com o bicampeonato de Abel Ferreira pelo Palmeiras.
Renato Paiva, ao festejar pelo Independiente del Valle no Equador (2021), e Ricardo Formosinho, campeão da Bolívia no The Strongest (2023), acentuaram a marca lusa naquele continente, que ainda persegue África, Europa e Ásia no total de conquistas.
Os técnicos portugueses já prevaleceram nos escalões principais de 39 nações, tendo contribuído para 42 sucessos em nove países africanos: Angola, Argélia, Cabo Verde, Egito, Líbia, Marrocos, Sudão e Tunísia ‘secundam’ o recorde de 12 êxitos em Moçambique, elevado este mês com o terceiro cetro de Hélder Duarte, e segundo pelo Black Bulls.
Com seis títulos egípcios pelo Al Ahly, Manuel José é líder incontestado no ‘ranking’ à escala mundial, acima dos cinco angolanos de Bernardino Pedroto – três no ASA e dois com o Petro Luanda -, num continente em que Carlos Gomes se impôs como o primeiro português campeão além-fronteiras, em 1970/71, ao serviço dos argelinos do MC Oran.
O principal perseguidor de África é a Europa, onde, além da I Liga portuguesa, há marca registada em 13 nações, tais como Bulgária, Chipre, Espanha, Grécia, França, Inglaterra, Israel, Itália, Luxemburgo, Roménia, Rússia, Suíça e Ucrânia, faltando a Alemanha para completar a senda vitoriosa nos cinco campeonatos mais mediáticos daquele continente.
O principal protagonista desse cenário é José Mourinho, que ainda é o único a vencer em Espanha, no Real Madrid (2011/12), em Inglaterra, onde foi tricampeão com o Chelsea (2004/05, 2005/06 e 2014/15), e em Itália, ‘bisando’ pelo Inter Milão (2008/09 e 2009/10).
O treinador dos turcos do Fenerbahçe nunca trabalhou em Alemanha e França, cuja Liga já elevou Artur Jorge, com a segunda de 12 conquistas do atual tricampeão Paris Saint-Germain (1993/94), e Leonardo Jardim, para o oitavo e último êxito do Mónaco (2016/17).
Segue-se a Ásia, com vitórias em Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Indonésia, Líbano, Macau, Malásia, Maldivas, Qatar e Vietname, sobressaindo os três títulos de Bernardo Tavares, com PSM Makassar, Benfica Macau e New Radiant, e de José Morais, que celebrou pelo Al Hilal e ‘bisou’ ao leme do Jeonbuk.
Se não há qualquer êxito na Oceânia, o historial na América do Norte resume-se ao ‘bis’ de Guilherme Farinha na Costa Rica, em representação do Alajuelense, em 1999/00 e 2000/01, e ao triunfo de Pedro Caixinha no México, com o Santos Laguna, em 2014/15.
Com Lusa