Os treinadores do SC Braga e do Boavista e o presidente da SAD do Boavista, falaram aos jornalistas, após o jogo da 33.ª jornada da I Liga de futebol, hoje disputado em Braga (1-1).
Abel Ferreira (treinador do SC Braga): “É um orgulho ser treinador desta família, destes jogadores, ter o prazer de estar neste lugar, rodeado de pessoas e jogadores competentes, a oportunidade que me deram, alguém que é corajoso e audaz [António Salvador].
Fizemos uma época consistente, a valorizar o espetáculo, a ter qualidade nos processos, com jogadores completamente comprometidos com os objetivos, uma massa associativa que, no final, nos deu o carinho que precisávamos, porque a equipa estava triste e desiludida. [Esse apoio] Não é um título, mas enquanto treinador fico muito satisfeito, porque estamos a criar uma harmonia com os adeptos.
A primeira grande oportunidade é nossa, se essa bola entrasse o jogo seria outro, mas o futebol é isto. Depois, tenho que reconhecer que, na primeira parte, o Boavista transitou bem, porque, na primeira fase de construção, cometemos erros nos passes simples.
O Boavista sai com todo o mérito com vantagem para o intervalo, mas, na segunda parte, fomos superiores a todos os níveis. Mesmo contra 11, criámos oportunidades e com 10 mais ainda, o suficiente para sair com outro resultado e, nos 90 minutos, merecíamos ser felizes no último lance [penálti de Dyego Sousa].
(Dyego Sousa) Eu no banco não falho, ele sabe que confiamos nele, são contingências do futebol, tem que cavar um penálti já no próximo jogo. Ele bate penáltis todos os dias, hoje não teve essa felicidade.
Ainda há mais um jogo, e acreditar é o pilar número um: até ao último segundo temos que acreditar que é possível [chegar ao terceiro lugar] e quero jogar em casa no último jogo [em Vila do Conde, com Rio Ave].
Torço pelo Marselha [equipa que eliminou o Sporting de Braga] para ganhar a Liga Europa, a qualidade está lá, os recursos desportivos e económicos.”
Jorge Simão (treinador do Boavista): “(Influência da arbitragem?) Subscrevo tudo o que o presidente disse.
(O Boavista podia ter feito outro resultado com 11?) As probabilidades de uma vitória aumentariam consideravelmente. Até ao momento da expulsão, sim, fomos melhores que o Braga.
O resultado peca por escasso ao intervalo, tivemos oportunidades mais que suficientes para fazer mais golos, fizemo-lo até num momento de menor fulgor.
Na segunda parte, só tenho na retina aquele lance a nosso favor de três ou quatro contra um, numa situação clara em que podíamos ter feito o 2-0 e depois há o lance da expulsão que muda o jogo.
Quero ressalvar a qualidade do nosso jogo, o talento que os treinadores mostraram em campo, a capacidade de superação, o compromisso coletivo que tiveram para aguentar estoicamente até ao fim.
O penálti seria um castigo tremendamente injusto a ser convertido, assim parece que o ponto foi muito bom, dado o decurso do jogo, foi um ponto.”
Álvaro Braga Júnior (presidente da SAD do Boavista): “Um grande abraço de parabéns aos meus jogadores, ao meu treinador e equipa técnica, e ao 12.º jogador que hoje foi fundamental. A imagem que deixámos hoje é a que deixámos neste campeonato e espero que no último jogo o estádio do Bessa esteja pintado de preto e branco para festejarmos o excelente campeonato do Boavista.
No setor da arbitragem, o Boavista tem tido muita serenidade, mas é altura de consolidarmos, melhorarmos e mudarmos o que tiver que ser mudado em relação ao VAR.
Hoje, o Bruno Esteves, que considero um ótimo árbitro, não foi ajudado: houve um penálti claro contra o Braga na primeira parte, que podia dar o cartão vermelho ao jogador do Braga, tenho muitas dúvidas em relação à expulsão do Yusupha, num lance igual a tantos outros, no penálti contra nós é falta, mas é precedido de um fora de jogo que o VAR não viu.”