A festa do Espumante de Melgaço, que decorreu nesta vila até ao domingo passado, não contou com a presença de nenhum produtor de Monção.
Armando Fontaínhas, presidente da Adega Cooperativa de Monção afirmou que não recebeu qualquer convite para a iniciativa, e que não tem conhecimento de que outro produtor daquela vila tenha sido convidado.
De acordo com a Rádio Vale do Minho, o vereador Abel Batista reagiu a esta ausência de convites, afirmando que a mesma constitui um mau princípio da Câmara Municipal de Melgaço.
“Independentemente da liberdade que cada Município tem de fazer as suas próprias iniciativas, neste caso concreto acho que é um mau princípio o facto da Câmara de Melgaço promover uma iniciativa sobre espumante de Alvarinho exclusivamente do seu concelho”, referiu o vereador à Rádio Vale do Minho, acrescentando que “ainda há a sub-região Monção/Melgaço”.
O autarca lamentou que Melgaço esteja a praticar uma política isolacionista.
“Apesar de haver medidas que favorecem ainda esta sub-região no âmbito do Alvarinho produzido, Melgaço está a praticar uma política isolacionista no sentido de promover apenas e exclusivamente uma produção vínica à base do Alvarinho exclusivamente do seu concelho”.
Abel Batista, deputado na Assembleia da República, espera que Monção não pague na mesma moeda, e que quando Monção organizar uma Feira do Alvarinho, “os produtores de Melgaço continuem a ter o seu lugar”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Melgaço afirmou, também em declarações à Rádio Vale do Minho, que nestes dois anos de trabalho têm tido uma enorme vontade de colaboração.
“Temos feito um trabalho conjunto permanente, quer em relação ao Alvarinho quer na questão da promoção da sub-região”, afirma Manoel Batista, acrescentado que ” Não aceito e repudio esse tipo de crítica em relação àquilo que tem sido a nossa política. Estamos aqui para continuar a colaborar”.
Para o edil socialista, esta ausência de convites foi uma opção feita para esta primeira edição, que nada tem a ver com isolacionismo, uma vez que continua a existir a vontade de promover a sub-região.
“Com todo o direito, achámos que este ano deveríamos avançar com uma festa que tratasse de forma exclusiva um produto nobre e importante da sub-região. Achámos também que nesta primeira edição deveríamos convidar apenas produtores de Melgaço. Isto não significa que numa segunda, terceira e quarta edição não se possa alargar esta participação a outros produtores nomeadamente os de Monção”, sublinhou.
Festa do Espumante em Melgaço regressa em 2016
A Câmara de Melgaço anunciou, esta segunda-feira, que a Festa do Espumante, que decorreu no fim de semana passado, vai regressar em 2016 face ao sucesso alcançado na primeira edição do certame.
De acordo com aquela autarquia, “o público local e os visitantes da sub-região lotaram o recinto”, onde decorreu o evento, ”desafiando a chuva e o frio que se fizeram sentir”.
O evento contou com cerca de duas dezenas de espumantes em degustação, a apresentação e lançamento de novos produtos – como o sushi doce de Alvarinho, trufa de Alvarinho e macarons de espumante de Alvarinho –, mostrou 30 propostas gastronómicas assinadas por dois restaurantes, a que se juntaram fumeiro, queijos, doçaria tradicional entre outras.