O abate de algumas árvores no centro urbano de Famalicão causou revolta em alguns cidadãos que denunciaram a situação através das redes sociais. Também o partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) lançou um comunicado onde criticava o abate de carvalhos na Praça Dona Maria II, no coração daquela urbe da sub-região do Ave.
Contactada por O MINHO, a autarquia remeteu explicações para um comunicado, lançado na quinta-feira, explicando que cerca de duas dezenas de árvores estão a ser abatidas “pelo seu estado de conservação” e que outras 67 serão “transplantadas” para outros locais.
A autarquia liderada pelo social-democrata Paulo Cunha aponta ainda a plantação de “três centenas de novas árvores”, que se vão juntar a outras 116 que “permanecerão” durante as obras de remodelação do centro da cidade, orçadas em cerca de oito milhões de euros e que prometem criar uma “cidade do futuro”, mais amiga dos peões e do ambiente.
No comunicado, a autarquia aponta que de futuro Famalicão contará com “um centro com uma mancha arbórea muito superior à existente, a que se juntará os vários ajardinamentos que se vão espalhar pelos 3.000 metros quadrados de área de intervenção e que vai incluir ainda a recuperação da margem ribeirinha do rio Pelhe, junto à antiga Ponte Românica, na extremo nascente Praça Mouzinho do Albuquerque”.
A autarquia assegura que estas obras reduzirão a poluição atmosférica através do aumento da área arbórea, “como filtro de poeiras, fator de captação de carbono e regulador microclimático, a integração no plano de drenagem sustentável, o aumento da permeabilidade do solo e o controlo da biodiversidade como fator de resiliência e da valorização ambiental”.
“Todo este plano esteve pormenorizadamente disponível para análise pública durante o período de consulta pública que foi aberto e detalhadamente transmitido aos famalicenses, tanto nas sessões públicas de esclarecimento organizadas como através da publicação de todos os documentos ao longo do processo no portal do município”, relembra a Câmara.
“A empreitada vai abranger todo o quarteirão urbano localizado entre as praças D. Maria II e Mouzinho de Albuquerque e ruas adjacentes, dotando-as de mais e melhores zonas sociais e, simultaneamente, de mais espaços para peões e para os modos de transporte suaves”, escreve a autarquia, garantindo que será a maior revolução de sempre naquele centro urbano.
Os efeitos esperados são a melhoria da qualidade de vida das populações residentes, uma maior atratividade da cidade, reforço da rede pedonal e ciclável complementada com o uso de transportes públicos, melhoria ambiental e qualificação dos espaços de utilização pública.
A obra tem comparticipação do Norte 2020, através do programa FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.