Sete jogadores estrangeiros que integraram o plantel da AD Oliveirense, sediada em Oliveira Santa Maria, concelho de Famalicão, passam necessidades depois de terem sido dispensados pelo presidente do clube, de nacionalidade argentina.
Os jovens estrangeiros foram “abandonados à sua sorte pela administração da SAD” daquele clube, denunciou o Sindicato dos Jogadores, através do seu presidente Joaquim Evangelista.
Os jogadores estão a viver numa casa cedida pelo clube, mas não têm água quente e a comida está a acabar. Também não recebem ordenados há meses.
Foram recentementes desvinculados pelo clube após insolvência da SAD, decretada por ordem judicial dos tribunais após longas dívidas a credores.
Para além das pessoas de Oliveira de Santa Maria e antigos dirigentes do clube, também algumas associações locais e o próprio sindicato apoiaram estes futebolistas ao longo da última semana, para que consigam melhores condições para enfrentar o período de confinamento, sem conseguirem trabalhar ou procurar outro clube.
Este não é o único caso dramático para com futebolistas que vieram para Portugal a convite da extinta SAD do emblema famalicense.
O sindicato denuncia ainda as terríveis condições em que estão doze futebolistas de nacionalidade argentina, cedidos pela SAD ao GD Mirandês, da AF Bragança.
“Um grupo de 12 jogadores foi encaminhado meses antes destes problemas para o GD Mirandês, sob o acordo informal de que seria o Sr. Sebastian Diericx [administrador argentino da SAD insolvente da AD Oliveirense] a pagar os seus salários durante esta época”, explicou Evangelista ao semanário Expresso.
“Informalmente quem manda é ele, formalmente são jogadores profissionais do GD Mirandês, com contrato registado na FPF e não recebem há oito meses, embora alojamento e alimentação providenciada pelo clube [GD Mirandês] não lhes falte, segundo nos informaram”, assegura.
“No limite, quem terá de responder é também o GD Mirandês que foi conivente com tudo isto. A situação mais grave é a dos estrangeiros que estavam a competir pela AD Oliveirense SAD e a quem, de um dia para o outro, passou a faltar tudo», recordou o dirigente sindical.
“Os que tinham vínculo com a AD Oliveirense SAD viram-no cessado coercivamente pelo Administrador da Insolvência. Não significa isso que quem os recrutou não tenha de ser responsabilizado. O abandono nestas circunstâncias é crime”, reforça.