A morte de um Político 

Não entendo porque hoje não é feriado. Era muito pequeno quando vi naquela TV a preto e branco as cerimónias fúnebres. Naquele dia, com aquela pequena idade, não entendi o porquê de tanta consternação. Fui crescendo, aprendendo e descobrindo quem tinha morrido naquele dia. Mais importante ainda, o que tinha morrido naquele dia.

Cresci rodeado de valores e princípios que encaixam no ideal social-democrata que Francisco Sá Carneiro doou a Portugal. Amadureci as minhas ideias com o passar daqueles anos loucos das juventudes partidárias, do associativismo estudantil e de tantas e tantas eleições, e percebi porque era e sou social democrata.

Percebi que a social democracia de Sá Carneiro está para além do PSD e dos ditos Sá Carneiristas. Está no coração de cada um que acredita nos seus valores. Está na conduta de todos os que diariamente constroem valor para os demais. Está em todos aqueles que partilham honestamente o seu saber e trabalho para e com a sociedade.

Eram muitos nessa época os que acreditavam nessa matriz ideológica. Hoje são já Avós e algo transmitiram aos seus Filhos e Netos. Quase todos estão fora do PSD. Poucos ficaram a penar a maldição de anos que se sucederam. Vivemos há mais de 3 décadas numa enorme frustração política nacional, não só no PSD, como no PPD, como naqueles que corriam atrás de Francisco – o Sá Carneiro.

Os meus mais profundos desejos são que renasça a social democracia em Portugal. A minha homenagem de hoje é essa, apenas essa.

 
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