Todos os anos, alguns dias antes da Páscoa, os habitantes da freguesia de Fiscal unem-se para retirar as ‘barcas’ do rio Homem, onde se encontram ‘afundadas’ propositadamente durante mais de 350 dias. Dizem os antigos que é a melhor forma de as preservar. E ainda hoje se mantém essa tradição.
O esforço é grande, mas vale a pena. A comunidade desta freguesia, no concelho de Amares, volta a unir-se, depois, para enfeitar embarcações que, também depois, servirão para atravessar o rio Homem com as ‘cruzes pascais’, numa tradição secular que já não se realiza desde 2019, face à pandemia.
Este sábado, a Junta de Freguesia, que tem Augusto Macedo ao leme, procedeu à emersão dos barcos, com ajuda de máquinas guindaste, tratores e muita força humana. Após uns dias de sol, estarão aptos para unir as margens daquela freguesia, desde sempre dividida pelo rio que nasce no topo do Gerês e desagua na confluência dos concelhos de Braga, Vila Verde e Amares.
Este ano, Augusto Macedo, presidente da Junta de Fiscal, vai estrear quatro novos barcos que passaram os últimos meses submersos, que acompanharão um quinto que já faz esta ‘viagem’ há alguns anos. A data para o reencontro das margens, este ano, é a 18 de abril, porque em Fiscal, a Páscoa é sempre na segunda-feira. Como dita a tradição.
