Declarações após o jogo Sporting-Gil Vicente (2-1), a contar para a 32.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado hoje no Estádio José Alvalade, em Lisboa:
César Peixoto (treinador do Gil Vicente): “Tivemos uma organização defensiva fantástica e não permitimos oportunidades de golo claríssimas. O Sporting teve mais bola, com muita qualidade e difícil de contrariar, mas soubemos retirar os espaços que procuravam, ligar o jogo e chegar lá à frente.
Na segunda parte, o Sporting apertou-nos mais e tivemos mais dificuldades em ligar jogo em transições e meter o Sporting em sentido. O Sporting ficou mais ansioso com o tempo a passar, mas tive de mexer na estrutura, que estava muito bem organizada, e deixámos de ter mais capacidade de sermos fortes na primeira fase de pressão. O Sporting, sem criar oportunidades claras, faz dois golos. Faltou-nos uma pontinha de sorte para levarmos qualquer coisa de Alvalade.
A equipa teve um comportamento fantástico e todos os jogadores interpretaram muito bem o que pedimos, pois o Sporting nunca conseguiu criar oportunidades de golo. A equipa agarrou-se uns aos outros, sabiam o que fazer, vieram a casa do Sporting num jogo decisivo para eles e estivemos organizados. Faltou-nos capacidade de transitar mais vezes na segunda parte. Na organização defensiva, não tenho nada a apontar à minha equipa. Por pouco não saímos com pontos”.
Rui Borges (treinador do Sporting): “Faltou-nos alguma inspiração, de forma geral. O golo do Gil Vicente surgiu na única aproximação que têm à nossa baliza e o penálti deixou-nos algo tensos e intranquilos, com pouca mobilidade, tomadas de decisão erradas, bola muito lenta e notava-se que faltava alguma inspiração.
Ao intervalo, tentámos ajustar comportamentos. Foi um jogo difícil, contra uma equipa a defender a baliza com 11 jogadores atrás da linha da bola. Com as substituições tranquilizámos mais o jogo. Tínhamos de insistir e melhorar nas reações à perda, onde estávamos presos. Melhorámos na segunda parte, fizemos imensas recuperações de bola e acabámos por ser felizes com todo o mérito e crer nesta equipa.
A equipa adversária, se tivesse tido esta competitividade noutros jogos, de certeza que tinha mais pontos. Tivemos poucos remates enquadrados, mas vencemos, que era o objetivo. Estes jogadores são humanos e não vão estar sempre a 100% na decisão. O espaço era mínimo, as substituições deram alguma energia nas reações e ganhos na transição defensiva. Penso que mexi na hora certa, pois ganhei o jogo.
Ganhar dá trabalho. É focar e acreditar no trabalho. A pressão existe desde o primeiro dia em que entrei aqui. Estou muito tranquilo nesse sentido. Está um título em causa, mas é indiferente. São os jogos em que sinto menos pressão, os jogadores já estão motivados por eles próprios. Foco-me nas dificuldades do jogo para que possamos sair de lá com os três pontos”.