Cláudia Ninhos vence Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2017

O Conselho Cultural da Universidade do Minho acaba de distinguir Cláudia Sofia Ninhos com o Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2017, o maior galardão nacional para jovens investigadores desta área. A Reitoria adiantou que a historiadora da Universidade Nova de Lisboa (UNL) concorreu com a sua tese doutoral “‘Para que Marte não afugente as Musas’. A Política Cultural Alemã em Portugal e o Intercâmbio Académico (1933-1945)”.

Esta 26ª edição do Prémio atribuiu ainda uma menção honrosa a José Pedro Monteiro, da Universidade de Coimbra, pela sua tese doutoral “A internacionalização das políticas laborais “indígenas” no império colonial português (1944-1962)”. A cerimónia de entrega de prémios e a apresentação do trabalho vencedor é a 13 de dezembro, às 15:00, na Reitoria da UMinho, em Braga.

No seu trabalho, Cláudia Ninhos “demonstrou que a diplomacia da Alemanha nazi queria impor, pela ciência e cultura, um imperialismo de cariz económico e político a Portugal“.

Concluiu que “a Junta de Educação Nacional e o Instituto para a Alta Cultura, entidades que promoviam o intercâmbio cultural e científico nessa fase, foram alvo de aproximação dos alemães e de incentivos para os bolseiros irem para solo germânico”. A investigadora recorreu ao Arquivo Político do Ministério dos Negócios Estrangeiros Alemão e ao arquivo do Instituto Camões para rastrear redes científicas, individuais e institucionais que uniram os dois países e compreender os processos de influência, transferência e apropriação do conhecimento.

Já o estudo de José Pedro Monteiro concluiu que as políticas sobre o trabalho “indígena” no colonialismo português pós-II Guerra Mundial foram limitadas pela Organização Internacional do Trabalho e por atores governamentais e privados. Dessa forma condicionou-se debates, práticas e tomadas de posição, numa fase de crescente contestação à legitimidade da soberania imperial do Estado Novo.

O júri do Prémio Victor de Sá foi presidido por Viriato Capela, da UMinho, tendo como vogais António Pires Ventura, da Universidade de Lisboa, e Rui Bebiano, da Universidade de Coimbra. O concurso foi bastante participado, o que – diz a Universidade – “revela o prestígio alcançado ao longo dos anos e a vitalidade da historiografia portuguesa contemporânea (relativa ao período a partir de 1820)”. O Prémio nasceu em 1991 pelo humanista Victor de Sá, foi reconhecido como de manifesto interesse cultural pela Secretaria de Estado da Cultura e é também apoiado por mecenas públicos e privados.

 
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