O PSD de Guimarães acusou a câmara de “total desorientação” quanto à muralha da cidade e propõe que o proprietário do edifício que lhe dá acesso seja “abordado” para o vender pelo mesmo preço que o comprou em 2014.
Em comunicado, a estrutura concelhia social-democrata considera ainda que a autarquia, presidido pelo socialista Domingos Bragança, “não foi competente” ao não ter exercido o direito de preferência sobre aquele edifício garantindo assim o acesso à torre onde se lê a inscrição “Aqui Nasceu Portugal”.
Os sociais-democratas sugerem ainda que na Torre da Alfândega seja instalado um centro interpretativo de toda a Muralha de Guimarães e que lhe seja atribuído o “papel de alfândega do século XXI”, um “welcome center” da cidade, entre outras sugestões.
“A câmara deveria abordar o proprietário dos imóveis propondo-lhe a compra do imóvel pelo mesmo valor que este o adquiriu. Dessa forma o proprietário não sai diretamente prejudicado e a câmara tem a oportunidade de adquirir o imóvel (…) pelo mesmo preço que o devia ter feito há dois anos”, aponta o texto, lembrando aquilo que o líder do PSD no executivo camarário defendeu na quarta-feira.
Na última reunião do executivo camarário, na quarta-feira, o vereador da CDU, Torcato Ribeiro, denunciou a compra e venda dos prédios que dão acesso à Torre da Alfândega, entre particulares, sem que a autarquia tenha exercido o direito de preferência que lhe é concedido pelo facto dos edifícios se situarem no Centro Histórico de Guimarães.
À data, aponta o PSD, “o vereador da Cultura até desvalorizou a intervenção do vereador da CDU manifestando publicamente que o imóvel adquirido por Domingos Machado Mendes não era necessário para o acesso à Muralha”. Mas “no dia seguinte, a mesma câmara e o mesmo vereador, agora acompanhado pelo presidente de câmara, subscreveram um comunicado conjunto em que manifestam a intenção de expropriar o imóvel”.
Para o PSD aquela sucessão de “eventos” demonstra que “a câmara de Guimarães não tem nem tinha qualquer estratégia quanto à Muralha ou à Torre da Alfândega” e espelha a “total desorientação que vai para os lados” da autarquia.
Para a Torre da Alfândega, o PSD aponta soluções como criar “um centro interpretativo de toda a cerca da Muralha de Guimarães, atribuir ao imóvel o papel de alfândega do século XXI e ali ser instituindo um ‘Welcome Center’ de Guimarães, ou seja, o local onde serão recebidos e orientados os turistas (…), tal como era que era feito aos visitantes na alfândega medieval então para efeitos tributários”.
Quer ainda o PSD “instituir no cimo da Torre um miradouro privilegiado sobre a cidade de Guimarães, proceder à requalificação da Rua do Anjo, e assegurar uma completa catalogação e classificação da Cerca de Guimarães”.
Para já, na última quinta-feira, a autarquia deu conta da sua intenção da desenvolver um percurso de 250 metros de extensão, feito ao longo de estrutura de madeira interior que terá gravado o nome e do local das torres anteriormente existentes, permitindo “interpretar melhor o que foi o sistema defensivo” da cidade.
Aquele percurso será feito pelo adarve (caminho de ronda estreito), onde será possível caminhar pela muralha, junto às ameias, no troço entre a câmara municipal, a Colegiada da Oliveira e o Museu de Alberto Sampaio.
O acesso público à Torre da Alfândega está incluído no projeto, mas numa “segunda fase”.
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