O secretário-geral do PS defendeu hoje que, se se mantiverem as previsões de agravamento das condições atmosféricas na sexta-feira, o Governo devia ativar o plano de contingência para assegurar “todos os meios” no combate aos incêndios.
“A confirmarem-se as informações que serviram à declaração do Presidente da República, de que até sexta-feira, haveria um agravamento das condições atmosféricas, acho que seria necessário declarar a situação de contingência, porque é a que permite ativar os planos municipais e sub-regionais de Proteção Civil das zonas especialmente afetadas, garantindo que todos os meios humanos, técnicos e materiais estão ao dispor do Estado para enfrentar as dificuldades que se venham a colocar”, disse José Luís Carneiro.
O secretário-geral socialista falava aos jornalistas, antes de um encontro com jovens no centro de Paredes de Coura.
Carneiro observou que ficará “para um momento que não é agora” a avaliação sobre três dimensões do combate aos incêndios neste verão, nomeadamente sobre se “foi feito tudo o que devia ter sido feito” em termos de “prevenção, preparação e combate” às chamas.
“A altura é de transmitir solidariedade aos bombeiros”, justificou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou na quarta-feira que a sexta-feira será um dia “muito complicado” em termos de meteorologia para o combate aos incêndios florestais que assolam o país.
Marcelo Rebelo de Sousa avisou ser o que mais preocupa, porque vai haver uma “convergência de condições” meteorológicas e físicas favoráveis ao agravamento dos fogos florestais.
O chefe de Estado falou aos jornalistas na Câmara de Faro, acompanhado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, após a reunião semanal entre os dois, que se realizou na quarta-feira no Algarve, em vez de no Palácio de Belém, em Lisboa, por ambos se encontrarem em períodos de férias na região.
“Chamo a atenção dos portugueses que temos ainda esta semana pela frente, certamente, um dia muito complicado”, realçou, acrescentando que a situação está a ser acompanhada por todos, Presidência e Governo, já que o desafio “é de ajustamento permanente e vai continuar nas próximas semanas”.
Quase dois mil operacionais combatiam às 14:30 os quatro maiores incêndios hoje em curso em Portugal continental, em Arganil, Sátão, Trancoso e Cinfães, apoiados por de 641 viaturas e 18 meios aéreos, segundo a Proteção Civil.