Mais de metade (54,2%) dos desempregados no primeiro trimestre deste ano continuava sem emprego no segundo trimestre, tendo 27,3% encontrado trabalho, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as “Estatísticas de fluxos entre estados do mercado de trabalho”, do total de pessoas que estavam desempregadas no primeiro trimestre de 2025, 54,2% (198,1 mil) permaneceram nesse estado no trimestre seguinte, 27,3% (99,7 mil) transitaram para o emprego e 18,6% (68,0 mil) transitaram para a inatividade.
Já do total de pessoas que estavam empregadas nos primeiros três meses do ano, 97,2% (5.036,5 mil) permaneceram nesse estado no segundo trimestre, enquanto 1,3% (65,3 mil) transitaram para o desemprego e 1,5% (79,6 mil) passaram para a inatividade.
Como resultado, o fluxo líquido do emprego (total de entradas menos o total de saídas) foi positivo em 66,9 mil pessoas, enquanto o fluxo líquido do desemprego foi negativo em 36,3 mil pessoas, com o total de pessoas que transitaram para o desemprego (131,3 mil) a ser inferior ao total das que saíram desse estado (167,7 mil).
“No segundo trimestre de 2025, verifica-se que o fluxo líquido entre o emprego e o desemprego é aquele que contribui para a diminuição do desemprego, na medida em que a diferença entre o total de pessoas que transitaram do emprego para o desemprego (65,3 mil) e o total das que transitaram do desemprego para o emprego (99,7 mil) é negativa e inferior à diferença entre o total de pessoas que transitaram da inatividade para o desemprego (66,0 mil) e o total das que transitaram do desemprego para a inatividade (68,0 mil)”, explica o INE.
Por sexo, o instituto estatístico estima que 30,5% (53,4 mil) dos homens desempregados e 24,3% (46,3 mil) das mulheres desempregadas transitaram para o emprego do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
No mesmo período, 33,5% (77,4 mil) dos desempregados de curta duração e 19,4% (24,6 mil) dos inativos pertencentes à “força de trabalho potencial” transitaram para o emprego.
Ao mesmo tempo, transitaram para um trabalho por conta de outrem 9,5% (72,0 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta própria e 24,3% (88,9 mil) das pessoas que se encontravam desempregadas.
Os dados hoje divulgados indicam também que, do total de trabalhadores por conta de outrem que no primeiro trimestre de 2025 tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 22,3% (148,6 mil) passaram a ter um contrato sem termo no segundo trimestre de 2025.
Já do número de pessoas que no primeiro trimestre tinham um emprego a tempo parcial, 21,7% (93,0 mil) passaram a trabalhar a tempo completo no trimestre seguinte.
A percentagem de pessoas que permaneceram empregadas entre o primeiro e o segundo trimestres, mas que mudaram de emprego, fixou-se nos 3,2% (160,9 mil).
No mesmo período, 3,8% (191,5 mil) das pessoas que permaneceram empregadas continuaram a ter dois ou mais empregos e 1,9% (96,2 mil) das pessoas que tinham um emprego passaram a ter dois ou mais empregos.
Do total de jovens dos 16 aos 34 anos que, no primeiro trimestre deste ano, não estavam empregados, nem em educação ou formação (NEEF), 23,4% (48,1 mil) transitaram para o emprego no segundo trimestre, enquanto 23,7% (48,7 mil) passaram a frequentar o ensino ou formação.
Os resultados do primeiro trimestre de 2025, divulgados pelo Eurostat em 13 de junho de 2025, relativos aos fluxos entre estados do mercado de trabalho da população com idade dos 15 aos 74 anos, indicam que transitaram para o emprego 24,2% das pessoas que em Portugal estavam desempregadas no último trimestre de 2024, sendo este valor superior em 3,0 pontos percentuais ao da União Europeia (21,2%).
No mesmo período, 16,3% das pessoas desempregadas em Portugal transitaram para a inatividade, ao passo que na União Europeia este fluxo se fixou em 23,8%.