São dezenas de espetáculos espalhados por cinco palcos da vila de Paredes de Coura e que prometem animar o território durante os próximos dias. A 11.ª edição do Mundo ao Contrário começa esta segunda-feira, e prolonga-se até domingo, num programa repleto de arte de rua, onde não faltam as tradicionais residências artísticas para as crianças e jovens da terra.
O ponto alto da programação acontece entre sexta-feira e domingo, mas a arte já começa a mexer no concelho a partir de hoje, com as residências artísticas.
“Temos oficinas artísticas, jogos, impressões 3D, muitos espetáculos de movimento, clown e aéreos. É toda uma panóplia de artistas nacionais e internacionais que vão apresentar vários espetáculos”, revela a coordenadora do evento, Sandra Silva, a O MINHO.
A responsável destaca também as duas residências artísticas: “Uma de música, com crianças dos 8 aos 11 anos, e uma de teatro com jovens dos 13 aos 18 anos”. Ambas têm início hoje e terminam na sexta-feira com a apresentação de um espetáculo aberto ao público.
“O de música – Plim Crash Pum – irá acontecer ao final da tarde, pelas 18h, no Largo D. Maria Luísa. Já o de teatro – A Barca de Noé… Ao Contrário – será apresentado à noite, no palco principal, situado no Largo Conde de Moselos”, adianta.
No sábado à noite, a Compagnie des Quidams irá fechar o dia com “um espetáculo de música, visualmente impactante”.
O Mundo ao Contrário é um evento municipal, direcionado para a comunidade courense, mas que chama a atenção a muito público fora do concelho, que faz questão de estar presente.
“Há famílias de outros pontos do país que nos perguntam as datas, para tirarem as férias nesta altura”, aponta Sandra Silva, de forma orgulhosa.
“Que venham todos e que se divirtam, porque é para miúdos e graúdos”, convida.
E para quem não conhece, há uma vasta equipa espalhada pelas ruas da vila, pronta a “prestar informações, acompanhar artistas, e disponível para o que for preciso”.
Evento terá espetáculos em estreia absoluta
O Mundo ao Contrário envolve toda uma comunidade, numa festa ao ar livre e com espetáculos para todas as idades, sempre gratuitos.
Ao longo das edições, houve sempre a preocupação de trazer novos nomes a Paredes de Coura e, este ano, não é exceção. Há até espetáculos cuja estreia vai acontecer no evento.


“Raramente repetimos artistas e temos sempre a preocupação de trazer novos espetáculos ao evento”, assegura Sandra Silva.
“Temos uma estreia nacional dos Nuvem Voadora, de Vila do Conde”, revela ainda, acrescentando que todos os anos é criado um espetáculo, em “co-produção dos Municípios de Paredes de Coura e Santa Maria da Feira” e que, depois, é apresentado no festival Imaginarius – Festival Internacional de Arte de Rua – e no Mundo ao Contrário.
O Mundo ao Contrário traz artistas de Portugal, Itália, França, Polónia, Chile, Inglaterra ou Argentina
A Companhia A Nariguda (Portugal) vai deliciar o público com “Splash! Um banho invulgar” – um “divertido espetáculo de comédia visual” onde será possível assistir “a um invulgar e cómico banho de banheira, onde não faltam surpresas e hilariantes momentos de loucura clownesca”.

O programa contempla ainda performances nacionais da “Banda da Aldeia” e da “Banda às Riscas”
Para além dos artistas portugueses, O Mundo ao Contrário abre as fronteiras e proporciona, aos visitantes, espetáculos de artistas internacionais nas mais variadas formas de arte de rua.
Na edição deste ano, o público vai poder ver, entre outros, a “Man in a Bubble”, da companhia Bubble On Circus (Itália), e que “combina a magia das bolas de sabão com a arte do clown, criando uma viagem poética que encantará espectadores de todas as idades”.

O espetáculo do Duo Kaos, intitulado “Time to Loop” (Itália) “é uma história de movimento, transformação e amor”, e onde tudo “é um jogo sincrónico”.

“Kairós” é da Companhia FIKA (Portugal / França) e “faz-se de dança contemporânea, hip-hop e acrobacia em torno de um sofá e da palavra grega kairós, que remete para o desafio do tempo e da oportunidade”.

O Último Momento (França) irá apresentar “Une Partie de Soi” – “uma travessia vertical que relata a passagem de uma vida, e mostra o indivíduo para além do acrobata”.

“Into The Wild” é um espetáculo a solo da companhia Pina Polar (Polónia) e traz “vários elementos de arte circense (malabarismo com facas, manipulação e malabarismo com quatro chapéus e hula hoops múltiplos) clown e comédia física, teatro de fantoches e improvisação constante com o público”.

KARKOCHA (Chile) apresenta “El Coche”, um “espetáculo único, que inclui o trânsito automóvel” e onde “Karcocha desafia a sua adrenalina brincando entre carros, sempre curioso para ver o que está a acontecer lá dentro”.

A “dupla de artistas ambulantes”, Androids (Inglaterra), é “especialista em movimentos robóticos” e traz “ perucas de borracha feitas à medida, casacos brilhantes com LEDs animados, óculos futuristas e botas de plataforma com 10 cm de altura”.

Mauro Wolynski (Argentina) irá trazer “O Grande Wolynski”, “um espetáculo baseado em proezas acrobáticas e interação humorística com o público, criando um universo divertido e sem inibições”.

A performance de Hugo Miró (Espanha) “é uma homenagem magistral ao encanto dos filmes clássicos mudos, reinventados para o público moderno” e onde “o artista incorpora adereços peculiares, como aviões de papel, chapéus, jornais, malas e confetes, numa atuação hipnotizante”.

E Victor Tomate Avalos (Argentina) vai mostrar ao público “Puro Tomate”, onde no “ palco há um corpo, um nariz vermelho, uma mala… e um balão”.

Estão ainda previstas atuações de Sebastian Godoy (Argentina) e Nacho Villar Producciones & Yllana (Espanha), sem esquecer as Oficinas de Artes Plásticas, as Pinturas Faciais, ou a exposição de Fanzines, entre outras.
E um “divertido comboio” vai percorrer as ruas da vila na sextata, sábado e domingo.
Evento surgiu para promover o comércio local
O Mundo ao Contrário surgiu através de uma candidatura com o objetivo de promover o comércio local. Na altura, o já presidente Vítor Paulo Pereira “quis fazer algo que envolvesse as crianças e as famílias”.
Assim, nasceu o festival de artes de rua.
No final da primeira edição, e devido ao êxito do evento, o Município de Paredes de Coura decidiu dar continuidade ao evento, assumindo os custos financeiros através do orçamento municipal.
Desde então, tornou-se num marco da agenda cultural do concelho.